Protestos em Guatemala exigem renúncia da procuradora-geral acusada de violar democracia e perseguir presidente eleito

Milhares de guatemaltecos, principalmente indígenas maias, saíram às ruas nesta sexta-feira (3) para exigir a renúncia da procuradora-geral, Consuelo Porras. Os manifestantes acusam Porras de violar a democracia por perseguir o presidente eleito Bernardo Arévalo.

Carregando bandeiras da Guatemala, azul e branca, e cartazes pedindo a demissão de Porras, uma multidão de protestantes se reuniu em frente às sedes do Ministério Público, da Corte de Constitucionalidade e ao Palácio da Cultura, antiga sede do governo, na capital. Os manifestantes percorreram vários quilômetros a pé para chegar a esses locais, partindo de quatro acessos à Cidade da Guatemala.

Os principais alvos das exigências são Porras, o procurador Rafael Curruchiche e o juiz Fredy Orellana, todos incluídos na lista dos atores corruptos pelos Estados Unidos. Um ativista que falou em um alto-falante em frente ao Ministério Público declarou: “Dizemos a esses corruptos que não os queremos mais, a renúncia deles deve ser iminente e não daremos um passo atrás” até conseguirmos a saída deles.

O protesto ocorreu um dia depois que o Tribunal Supremo Eleitoral desqualificou o partido Semilla de Arévalo por supostas irregularidades em sua inscrição. Arévalo denunciou esse ato como um plano de “golpe de Estado” para impedir sua posse em janeiro de 2024.

A manifestação foi convocada por grupos indígenas e teve o apoio de entidades da sociedade civil e estudantes universitários. Essa marcha ocorreu dias depois que duas semanas de bloqueios das principais estradas do país foram encerradas para exigir a renúncia dos três funcionários judiciais.

Arévalo, apoiado pelos Estados Unidos, União Europeia, vários governos e organizações internacionais, acredita que Porras, Curruchiche e Orellana estão atentando contra a democracia para evitar sua posse como presidente em 14 de janeiro.

A campanha contra o partido Semilla foi iniciada por Curruchiche depois que Arévalo surpreendeu no primeiro turno das eleições e avançou para o segundo turno, onde obteve uma ampla vitória com sua promessa de combate à corrupção, um problema endêmico no país.

É importante ressaltar que as informações aqui apresentadas foram baseadas em relatos dos manifestantes e não foram confirmadas oficialmente pelas autoridades envolvidas. A situação política na Guatemala continua tensa e em constante desenvolvimento.

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