A renúncia de Gervasi ocorreu horas antes de seu comparecimento ao Congresso para explicar por que Boluarte não se encontrou com Biden, como era esperado. Parlamentares de diferentes espectros políticos acusam o ex-ministro de tê-los enganado para obter a autorização do Parlamento para a viagem presidencial. Alegam que Boluarte teria uma reunião protocolar com Biden sobre assuntos bilaterais.
Enquanto Biden recebeu outros líderes durante a Cúpula da Aliança para a Prosperidade Econômica nas Américas, realizada na sexta-feira em Washington, a presidente peruana não teve a mesma oportunidade. Ainda não é sabido se houve algum encontro informal entre os dois presidentes durante o evento.
Fotos divulgadas pelo governo peruano mostram Boluarte conversando com Biden em um corredor da Casa Branca, o que deixou a situação ainda mais confusa. Os rumores sobre a demissão de Gervasi começaram a circular assim que Boluarte retornou ao Peru no sábado.
Em sua carta de renúncia enviada à Presidência, Gervasi não justifica os motivos de sua saída. Até o momento, o substituto não foi anunciado. O Ministério das Relações Exteriores defendeu-se das críticas, afirmando que havia negociado com o Departamento de Estado americano uma reunião bilateral, mas que o tempo foi insuficiente para que isso acontecesse nos moldes tradicionais.
Brian Nichols, subsecretário de Estado americano, minimizou a situação e afirmou que Biden e Boluarte conversaram sobre temas bilaterais. No entanto, admitiu que não houve uma reunião formal no Salão Oval. A controvérsia em torno desse episódio certamente terá repercussões tanto no cenário político peruano quanto nas relações entre o Peru e os Estados Unidos. É preciso aguardar os próximos desdobramentos para compreender melhor as consequências dessa renúncia e da ausência do encontro entre Boluarte e Biden.