Segundo a Ocha, vários painéis solares instalados nos telhados de edifícios, principalmente na cidade de Gaza, foram destruídos nos últimos dias em decorrência dos bombardeios israelenses. Essas instalações incluem hospitais, poços de água e padarias. Com a destruição dos painéis solares, uma das poucas fontes de energia restantes, que não dependeria de combustível, foi eliminada.
A falta de combustível também afetou outras atividades essenciais na Faixa de Gaza. Vários poços de captação de água, uma usina de dessalinização de água do mar e padarias tiveram que encerrar suas atividades devido à escassez de combustível. A Ocha afirma que não há mais funcionamento de nenhuma padaria na parte norte do enclave, e no sul o acesso ao pão se tornou um desafio.
A situação se agrava com a incapacidade do único moinho em funcionamento em Gaza em moer trigo devido à falta de eletricidade e combustível. Além disso, onze padarias foram atingidas e destruídas desde o dia 7 de outubro. Apenas uma das padarias contratadas pelo Programa Mundial de Alimentos consegue fornecer intermitentemente pão aos abrigos, dependendo da disponibilidade de farinha e combustível.
Essa crise afeta diretamente a população, que enfrenta dificuldades para encontrar alimentos básicos, como farinha. O palestino naturalizado brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, relatou que a farinha está escassa e com preços exorbitantes. O saco de farinha, que costumava custar R$40, agora chega a custar R$300. A situação é descrita por ele como de muito sofrimento, com cada dia sendo pior que o anterior.
Diante desse contexto de destruição, chefes de 18 agências da ONU pediram pela imediata implementação de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, a fim de permitir a entrada de ajuda humanitária na região. Além disso, foi solicitada a libertação imediata de todos os reféns mantidos pelo Hamas.
Os representantes da ONU também enfatizaram a necessidade urgente de mais ajuda, envolvendo alimentos, água, medicamentos e combustível, para serem entregues com segurança e rapidez às pessoas necessitadas, especialmente mulheres e crianças.
A situação em Gaza permanece crítica, com a população enfrentando falta de energia, dificuldades de acesso a água potável e escassez de alimentos. As ações humanitárias são essenciais para garantir a sobrevivência das pessoas nessa região afetada por conflitos constantes.