O Escritório para Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (Ocha) alertou para a situação precária em Gaza. Além da falta de eletricidade, a falta de combustível também impactou o funcionamento de diversos poços de captação de água, uma usina de dessalinização de água do mar e padarias. De acordo com a Ocha, nenhuma padaria funciona mais na parte norte do enclave e no sul o acesso ao pão se tornou um desafio.
A situação se agrava com a destruição de várias padarias desde o início dos bombardeios. O único moinho em funcionamento está incapaz de moer trigo devido à falta de eletricidade e combustível. As pessoas enfrentam longas filas nas raras padarias que estão abastecidas, correndo o risco de exposição a ataques aéreos.
Essa crise de energia afeta diretamente a população de Gaza. O palestino naturalizado brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, relatou a dificuldade em encontrar farinha e o aumento exorbitante dos preços. Ele está com a família em Khan Yunis, ao sul do enclave, aguardando autorização para deixar a região. Segundo Rabee, o preço de um saco de farinha passou de R$ 40 para R$ 150, R$ 200 e R$ 300.
Diante dessa situação preocupante, chefes de 18 agências da ONU fizeram um apelo por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, para permitir a entrada de ajuda humanitária na região. Além disso, eles pediram a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas. É necessário garantir a chegada segura e rápida de alimentos, água, medicamentos e combustível para suprir as necessidades da população, principalmente mulheres e crianças.
A crise energética causada pelos bombardeios da força aérea israelense está colocando a população de Gaza em uma situação de extrema vulnerabilidade. Além de lidar com a falta de eletricidade, os moradores também enfrentam dificuldades para obter água, pão e alimentos básicos. A comunidade internacional deve agir de forma urgente para garantir que a ajuda humanitária chegue àqueles que precisam, proporcionando um alívio imediato às dificuldades enfrentadas pela população.