Secretário de Estado americano encerra visita ao Oriente Médio com poucos avanços na tentativa de conter escalada do conflito

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, completou mais uma etapa de seu novo giro diplomático pelo Oriente Médio, com pouco progresso na busca por uma solução para a escalada do conflito na região.

Durante sua visita à Turquia, Blinken foi recebido de forma pouco calorosa, assim como nas outras paradas de sua viagem. Ele se reuniu com o chanceler turco, Hakan Fidan, em uma reunião que foi interpretada por observadores internacionais como um desdém do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que nem sequer estava em Ancara.

Um protesto contra a visita foi realizado em frente à Embaixada dos EUA no país, com manifestantes proferindo gritos de “Blinken assassino, fora da Turquia”. Além disso, houve outro protesto em frente a uma base aérea americana no sul da Turquia, que resultou em uma tentativa de invasão do local e confronto com a polícia.

A conversa entre Blinken e o chanceler turco durou duas horas e meia, segundo o Departamento de Estado dos EUA. Uma fonte do governo de Ancara indicou que Fidan ressaltou a urgência de um cessar-fogo em Gaza e pediu para Israel evitar atingir civis e expulsar a população do enclave.

A Turquia desempenha um papel importante nos esforços de mediação envolvendo o Hamas, uma vez que recebe altos membros do grupo palestino que controla Gaza. Além disso, o país não classifica o Hamas como organização terrorista, ao contrário de Israel e outras potências ocidentais.

Diante do aumento da resposta ao ataque, Erdogan intensificou as críticas a Israel e também criticou os EUA, defendendo negociações para uma solução de longo prazo para o cenário pós-conflito em Gaza.

Antes de sua visita à Turquia, Blinken também se encontrou com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, em Ramallah, na Cisjordânia. Na reunião, Blinken afirmou que a ANP deve desempenhar um papel central no futuro de Gaza, enquanto Abbas pediu um cessar-fogo imediato.

A Casa Branca tem evitado apoiar um cessar-fogo, argumentando que isso daria ao Hamas a oportunidade de se reorganizar e atacar Israel novamente. Blinken tem defendido “pausas humanitárias” como uma forma de fornecer ajuda à população de Gaza, sem necessariamente firmar um acordo para suspender o conflito. Essa postura tem contribuído para a recepção fria das lideranças regionais a Blinken.

Em sua visita ao Chipre, Blinken discutiu com o presidente Nikos Christodoulides propostas para a criação de um corredor humanitário marítimo para entregar ajuda à Faixa de Gaza.

Blinken também fez uma parada no Iraque, onde afirmou que os EUA retaliarão se ocorrerem ataques de milícias radicais islâmicas iraquianas contra alvos americanos no país. Muitas dessas milícias têm vínculos e financiamento do regime iraniano. O ministro da Defesa do Irã, Mohammad-Reza Ashtiani, ameaçou atacar os EUA caso Washington não defenda um cessar-fogo em Gaza junto a Israel.

Essa recente etapa do giro diplomático de Blinken no Oriente Médio mostrou poucos avanços na tentativa de resolver o conflito na região. Enquanto os EUA defendem pausas humanitárias, as lideranças regionais demonstram insatisfação com a postura americana. O futuro do Oriente Médio continua incerto, com a escalada do conflito entre o Hamas e Israel sendo monitorada de perto pelos países da região.

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