Senado francês inicia análise de reforma crucial para Macron visando acolhimento de migrantes e regularização no trabalho.

O Senado francês iniciou nesta segunda-feira uma análise complexa e crucial de uma reforma proposta pelo presidente Emmanuel Macron, que visa lidar com a questão dos migrantes e regularizar aqueles que trabalham em setores-chave da economia do país.

O ministro do Interior, Gérald Darmanin, expressou confiança de que o Parlamento encontrará uma maneira de aprovar o texto. No entanto, o governo enfrenta resistência tanto da oposição de esquerda, que rejeita medidas de expulsão e luta por melhores condições de acolhimento, quanto da direita, que se opõe à regularização temporária de migrantes que trabalham em setores com escassez de mão de obra.

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O governo busca obter o apoio dos Republicanos (LR), partido de direita que já apoiou a polêmica reforma da Previdência proposta por Macron. Entretanto, o partido mantém uma postura inflexível em relação à regularização dos migrantes e afirma que não é possível aprovar um texto que busca tanto expulsar pessoas quanto regularizar sua situação.

No domingo, Macron propôs uma eventual reforma da Constituição para submeter questões sociais, como a migração, a referendo. Segundo uma pesquisa da Opinionway, 87% dos franceses acreditam que as regras de imigração devem ser alteradas, em um contexto de ascensão da extrema-direita na opinião pública.

Atualmente, cerca de cinco milhões de estrangeiros residem legalmente na França, e o país já acolheu mais de meio milhão de refugiados. As autoridades estimam que entre 600 mil e 700 mil migrantes estejam em situação irregular.

Organizações de defesa dos migrantes têm apelado para um voto contra o projeto de lei, argumentando que ele acumula medidas repressivas e vai contra os princípios humanitários. A reforma proposta inclui a implementação de uma política de cotas migratórias anuais e restrições ao reagrupamento familiar. A direita e a extrema-direita também pedem a supressão da assistência médica aos migrantes em situação irregular.

A tramitação dessa reforma é extremamente importante para Macron, que busca enfrentar a questão da imigração no país e atrair apoio tanto da oposição quanto da população francesa. O resultado dessa análise no Senado será crucial para determinar o futuro dessa reforma e o impacto que ela terá nas políticas migratórias da França.

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