Presidentes do Parlamento da França convocam “grande marcha” contra o antissemitismo em meio à guerra entre Israel e Hamas

Nesta terça-feira (7), os presidentes do Parlamento bicameral da França convocaram uma “grande marcha” para o próximo domingo contra o antissemitismo. O chamado é feito em meio ao recrudescimento desses atos após o início da guerra entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas.

Yaël Braun-Pivet, presidente da Assembleia Nacional (Câmara), e Gérard Larcher, presidente do Senado, afirmaram que é necessário “enviar uma mensagem clara de que a França não aceita o antissemitismo, e nem vai se renunciar nunca a um destino de ódios”.

Segundo o governo francês, desde o ataque do Hamas em solo israelense em 7 de outubro, que matou mais de 1.400 pessoas, incluindo mais de 1.100 civis, foram registrados mais de 1.000 atos antissemitas na França.

“Duas vezes mais que durante todo o ano de 2022”, alertaram os líderes parlamentares em uma coluna conjunta publicada no jornal Le Figaro. Além disso, eles reivindicaram a libertação de “oito” franceses que estariam sendo suspensos como reféns pelo Hamas.

A situação se tornou ainda mais tensa com o surgimento de mais de 60 estrelas de Davi na região de Paris, levantando a suspeita de que isso tenha sido responsabilidade “de uma pessoa residente no exterior”. A Promotoria de Paris está investigando o caso, que demonstraria uma conversa em russo nos celulares de dois detidos.

A França abriga as maiores comunidades judaica e árabe-muçulmana da Europa e, no passado, já foi abalada pelas repercussões do conflito no Oriente Médio. Os bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza em retaliação ao ataque de 7 de outubro deixaram, desde então, mais de 10.000 mortos, a maioria civis e mais de 4.000 crianças, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.

O apoio de políticos locais às partes em conflito também tem gerado polêmicas. Enquanto a viagem de Braun-Pivet a Israel em outubro foi alvo de indignação na oposição de esquerda, o partido do presidente Emmanuel Macron, o Renascimento, confirmou sua participação na marcha contra o antissemitismo.

No entanto, a presença confirmada do partido de extrema direita Regrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, gerou dissidências, com o partido da esquerda radical, França Insubmissa (LFI), ainda sem decidir se vai participar. Cannes também teve críticas direcionadas a possíveis ações contrárias a ideais antissemitas.

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