Primeiro-ministro de Portugal, António Costa, pede demissão após investigação por suspeita de corrupção em negócios de extração de lítio.

O escândalo de corrupção envolvendo o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, veio à tona nesta terça-feira, quando o líder político surpreendeu a todos ao pedir demissão de seu cargo. O motivo por trás deste ato foi uma investigação conduzida pelo Ministério Público sobre supostas irregularidades em negócios de extração e exploração de lítio e hidrogênio verde por empresas particulares em Montalegre e Sines, nas quais António Costa é suspeito de ter feito intervenções para desbloquear procedimentos.

O anúncio da demissão veio após uma operação da Polícia de Segurança Pública e do Ministério Público que resultou em buscas no Palácio São Bento, residência oficial do primeiro-ministro, e também na detenção de figuras influentes ligadas a Costa, incluindo seu conselheiro Diogo Lacerda Machado e o chefe de Gabinete Vítor Escária. Além disso, o prefeito de Sines, Nuno Mascarenhas, e dois empresários também foram detidos, evidenciando as graves repercussões do escândalo.

A denúncia inicial sobre o envolvimento de Costa surgiu a partir de uma reportagem da rede RTP, que levantou suspeitas sobre possíveis irregularidades na concessão à exploração de lítio em Montalegre, gerando grande controvérsia em torno do tema. A concessão para explorar o minério foi dada à LusoRecursos por um valor expressivo, o que levantou questionamentos sobre a lisura do processo e levou à suspeita de benefício à empresa em detrimento de outras concorrentes.

A repercussão do escândalo não se limitou apenas à detenção de figuras próximas a António Costa, mas acabou por influenciar diretamente a esfera política, já que o Partido Socialista (PS), ao qual ele pertence, pode precisar indicar um novo nome para substituí-lo. Com a demissão de Costa, fica evidente o impacto drástico desse escândalo de corrupção não apenas no cenário político, mas também na sociedade portuguesa, que se vê diante de uma situação de grande incerteza e instabilidade.

António Costa, em sua declaração à imprensa, afirmou que encerra esta etapa “com consciência tranquila” e que estava disposto a dedicar toda a energia para cumprir o mandato até o fim da legislatura, mas evidenciou que os desdobramentos das investigações comprometeram sua permanência no cargo. Com isso, o futuro político de Portugal passa a ser alvo de grande especulação, enquanto o país enfrenta uma crise institucional sem precedentes.

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