Cacica Guarani-Kaiowa, defensora da Terra Indígena Apika’i, falece aos 84 anos e deixa legado de resistência e luta.

Na última terça-feira (7), o Brasil perdeu uma importante liderança indígena. A cacica Guarani-Kaiowa, Damiana Cavanha, faleceu aos 84 anos no Hospital Missão Evangélica Caiuá, localizado em Mato Grosso do Sul. Em nota publicada nesta quarta-feira (8), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) expressou seu pesar pela perda, destacando a luta de Damiana pela Terra Indígena Apika’i em Dourados.

A história de Damiana é marcada pela resistência e luta pelos direitos territoriais de seu povo. Desde criança, ela testemunhou seu povo sendo expulso da terra onde sempre viveram. A situação atingiu um novo patamar em 2012, quando, após anos de acampamento às margens da BR-463, cinco parentes de Damiana foram mortos em um atropelamento, o que a levou a declarar que nunca mais sairiam da terra, mesmo diante de ordens de despejo.

A cacica era uma figura de grande importância para sua comunidade, sendo considerada uma líder espiritual e política. Sua determinação e compromisso com a causa indígena a transformaram em um símbolo de resistência. A Funai ressaltou em sua nota que o legado de Damiana continuará vivo, inspirando todos aqueles que se unem na missão de proteger e defender os direitos dos povos indígenas.

Infelizmente, Damiana faleceu sem ver a conclusão do processo de demarcação da tekoha Apika’i. A Agência Brasil tentou obter informações sobre a causa da morte da líder indígena junto ao Hospital Missão Evangélica Caiuá, mas não obteve retorno até o momento.

A morte de Damiana representa uma perda significativa para a luta dos povos indígenas no Brasil. Sua trajetória de resistência e dedicação em defesa de sua comunidade deixa um legado inspirador. No momento de luto, é importante reconhecer e honrar a importância de lideranças como Damiana Cavanha, que dedicaram suas vidas à luta por justiça e igualdade para os povos indígenas no país.

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