O “One Planet Polar Summit” foi organizado pelo governo francês para compartilhar as descobertas e projeções da comunidade científica sobre o desenvolvimento e oferecer recomendações para uma melhor proteção das regiões glaciares e polares.
“A pesquisa sobre a criosfera avançou muito nas últimas décadas”, mencionou, no primeiro dia de debates, a paleoclimatologista Valérie Masson-Delmotte.
O especialista recordou que o termo “criosfera”, que engloba todos os tipos de gelo presentes na Terra (gelo marinho, glaciares, icebergs e pergelissolo), apareceu pela primeira vez em um texto da Conferência sobre a Mudança Climática do ano passado (COP27).
“Está claro que necessitamos de apoio”, acrescentou o seu colega, Jean Jouzel.
“Também é financiamento necessário da pesquisa polar, claramente insuficiente”, anuncia Olivier Poivre d’Arvor, embaixador da França para os polos e o oceano.
O “One Planet Polar Summit” reúne cientistas, pesquisadores e políticos de cerca de 40 países e regiões glaciares e polares até sexta-feira.
É realizado ao mesmo tempo que o Fórum de Paris para a Paz, que ocorre entre sexta e sábado.
Um dos objetivos declarados é estabelecer uma cooperação internacional no estudo das consequências do aquecimento nas geleiras e nos pólos, assim como na prevenção e adaptação das políticas climáticas frente à rápida erosão da criosfera.
Os polos e a criosfera “são afetados pelas geopolíticas superficiais” que “representam as novas fronteiras do multilateralismo”, apontou Ángel Gurría, presidente do Fórum de Paris para a Paz, apresentado na abertura do evento.
Ao final das reuniões de cientistas dedicadas à preparação de recomendações políticas, foi lançada uma convocação geral composta por seis medidas.
Tais medidas insta os governos a “reduzir forte e rapidamente” as emissões de gases de efeito estufa para cumprir os objetivos do Acordo de Paris, ou seja, limitar o aquecimento global a 2°C ou a 1,5ºC em relação à era pré- industrial.
Os participantes também pediram às autoridades que apoiem “iniciativas e missões científicas internacionais” destinadas a “melhorar o conhecimento sobre a criosfera”, destacando a importância da cooperação internacional para garantir uma recolha de dados contínua e exaustiva.
Um primeiro relatório científico internacional sobre a criosfera será apresentado às autoridades políticas ao final da cúpula.