O resultado negativo das contas do setor público, que consiste na diferença entre despesas e receitas, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública, tem preocupado os especialistas. Em 12 meses, o déficit acumulado alcança a marca de R$ 101,888 bilhões, equivalente a 0,97% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em 2022, as contas públicas encerraram o ano com um superávit primário de R$ 125,994 bilhões, representando 1,27% do PIB. No entanto, os resultados recentes apontam para uma situação fiscal mais delicada, preocupando investidores e agências de classificação de risco.
No que diz respeito às esferas de governo, o déficit primário do Governo Central foi de R$ 16,506 bilhões em setembro, enquanto os governos estaduais registraram um déficit de R$ 374 milhões. Os governos municipais tiveram um déficit de R$ 691 milhões, enquanto as empresas estatais apresentaram um déficit de R$ 500 milhões.
Além disso, as despesas com juros da dívida pública também aumentaram, totalizando R$ 81,714 bilhões em setembro, contra R$ 71,364 bilhões no mesmo período de 2022. O saldo das operações do Banco Central no mercado de câmbio (swap cambial) contribuiu para a piora da conta de juros, resultando em perdas significativas.
A dívida líquida do setor público atingiu R$ 6,310 trilhões em setembro, correspondendo a 60% do PIB, enquanto a dívida bruta do governo geral alcançou R$ 7,826 trilhões, ou 74,4% do PIB.
Diante desses números, os desafios fiscais do país tornam-se evidentes, exigindo medidas para equilibrar as contas públicas e garantir a estabilidade econômica. A situação representa um alerta para a necessidade de revisão das políticas fiscais e uma gestão mais eficiente das finanças públicas, a fim de evitar impactos negativos no cenário econômico.