Os estrangeiros que protestaram e partiram há oito dias de Tapachula, em Chiapas, faziam a mesma exigência, incluindo muitas crianças e mulheres. Eles montaram tendas improvisadas para se protegerem do sol com plásticos ou tecidos de barracas desgastadas.
Alguns manifestantes colocaram máscaras de papel com um retrato impresso do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, e uma mensagem que diz: “A vida dos migrantes também é importante”. Os manifestantes gritavam: “Queremos visto, queremos visto!”
Dorian Meléndez lamentou que mulheres, crianças e pessoas com deficiência tenham que dormir nas ruas, enquanto esperam que as autoridades migratórias lhes concedam o documento. O ativista Irineo Mujica, organizador do protesto, afirmou que o bloqueio da estrada é “a última instância” de uma consulta feita desde a partida da caravana, mas que foi ignorada pelo Instituto Nacional de Migrações.
“Não estamos pedindo nada que não considere um turista quando ele chegar, simplesmente um documento para estar mais seguro”, acrescentou Mujica. Nos últimos meses, houve outras caravanas em Chiapas, mas elas foram dissolvidas quando as autoridades entregaram as permissões aos migrantes em pontos intermediários.
A exigência dos migrantes acontece em meio a um fortalecimento das medidas adotadas pelo México e pelos Estados Unidos para conter a migração irregular. O México prometeu receber os imigrantes sem documentos expulsos e entregá-los às autoridades de seus países de origem. Já os Estados Unidos acordaram com o governo venezuelano um plano para deportar cidadãos daquele país que entraram ilegalmente em solo americano depois de 31 de julho.
Em meio a essas medidas, as caravanas de migrantes continuam a se formar e a buscar maneiras de pressionar as autoridades para a obtenção de vistos. A situação é delicada e continua em desenvolvimento, com incertezas quanto à resposta das autoridades mexicanas e a eficácia das ações dos migrantes.
Neste contexto, é evidente que a questão migratória continuará a ser um assunto de destaque na agenda política e humanitária da região. E para muitos migrantes, as dificuldades em obter vistos seguros para transitar em direção aos Estados Unidos ainda são uma realidade que exige respostas urgentes e eficazes das autoridades responsáveis.
