A Polícia Federal (PF) havia anunciado a detenção das duas pessoas em São Paulo como parte de uma operação para interromper a preparação de atos terroristas, sem especificar possíveis alvos ou apontar qualquer vínculo com grupos estrangeiros. No entanto, o Mossad emitiu um comunicado alegando ter colaborado com as autoridades brasileiras para frustrar um ataque no Brasil planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigido e financiado pelo regime iraniano.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, fez uma declaração no Twitter afirmando que nenhum representante de governo estrangeiro pode antecipar resultados de uma investigação conduzida pela Polícia Federal. Ele também repudiou a tentativa de direcionar os órgãos policiais brasileiros ou utilizar investigações para fins de propaganda de seus interesses políticos.
A PF também divulgou um comunicado repudiando as declarações feitas por autoridades estrangeiras em relação à operação nos quais foram detidos dois suspeitos em São Paulo, indicando que tais manifestações violam as boas práticas de cooperação internacional e podem prejudicar futuras ações.
O diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, expressou seu profundo mal-estar com os comentários feitos pelo embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, que foram considerados uma surpresa negativa. Desde o início do conflito no Oriente Médio, o presidente Lula tem condenado os “ataques terroristas perpetrados pelo Hamas” em Israel, ao mesmo tempo que afirmou que as represálias não justificavam a morte de “inocentes” em Gaza.
Nesta quinta-feira, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, representou o Brasil em uma conferência humanitária sobre Gaza em Paris e se pronunciou a favor de um cessar-fogo, afirmando que a morte de milhares de crianças palestinas nos bombardeios israelenses remete a um genocídio. As declarações das autoridades israelenses continuam gerando polêmica e descontentamento por parte do governo brasileiro.