FBI alerta autoridades brasileiras sobre plano de atos terroristas do Hezbollah; Justiça Federal autoriza prisões e busca e apreensão.

O Federal Bureau of Investigation (FBI) alertou as autoridades brasileiras no início do mês passado sobre possíveis atos terroristas que estariam sendo planejados por pessoas suspeitas de ligação com o grupo islâmico Hezbollah. A informação foi confirmada pela Justiça Federal e foi divulgada pela Agência Brasil nesta quinta-feira (9).

A Justiça Federal em Minas Gerais foi a responsável por autorizar a prisão de dois suspeitos e o cumprimento de onze mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Trapiche, realizada pela Polícia Federal na última quarta-feira (8). Esta é a primeira vez que o Hezbollah é mencionado por um órgão público no Brasil. Até o momento, a PF e o Ministério da Justiça e Segurança Pública têm evitado associar os alvos da operação policial ao grupo político e militar sediado no Líbano.

A Operação Trapiche foi resultado de investigações conduzidas pela Divisão de Enfrentamento ao Terrorismo da Polícia Federal, após o FBI encaminhar às autoridades brasileiras um memorando indicando risco iminente. O documento inclui informações sobre diversas pessoas, brasileiros natos ou naturalizados, cujas identidades não foram reveladas, ainda. Além disso, o memorando cita a possibilidade de os investigados estarem planejando atos terroristas no Brasil e em países vizinhos.

Diante do quadro apresentado, a 2ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Belo Horizonte deferiu as medidas requeridas pela Autoridade Policial, incluindo a decretação de prisões temporárias e buscas e apreensões.

Além disso, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, divulgou uma nota afirmando que a agência de inteligência israelense, o Mossad, colaborou com a ação policial brasileira. Segundo a nota israelense, os alvos da Operação Trapiche integravam uma célula terrorista que agia em nome do Hezbollah para realizar um ataque contra alvos israelenses e judeus no país. A Confederação Israelita do Brasil também manifestou preocupação com a suspeita de que os investigados na Operação Trapiche têm ligações com o Hezbollah e planejavam atacar alvos judaicos no Brasil ou em países vizinhos.

As autoridades brasileiras mantêm cautela em relação às investigações. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ressaltou que a operação foi uma ação preventiva e que a Polícia Federal está investigando a hipótese de uma rede terrorista buscar se instalar no Brasil. Ele também assegurou que a ação da PF nada tem a ver com os conflitos internacionais em andamento. Dino reforçou que o Brasil é um país soberano e que cabe à Polícia Federal investigar para confirmar ou não as hipóteses levantadas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo