Rafael Birman, analista bancário paulista de 30 anos, sobreviveu ao ataque terroristas do Hamas a uma rave em Israel, acontecido no dia 7 de outubro, e detalhou toda a tragédia que mudou a sua vida. Em entrevista por telefone ao O Globo, Birman revelou que já estava apreensivo dias antes do evento, e que quase desistiu de ir. O homem explicou que algo não parecia certo em relação ao evento e que, ao chegar na festa, um detalhe fez com que tivesse um pressentimento ruim.
Na ocasião, Birman iria participar da rave “Supernova Sukkot”, localizada a menos de 20 quilômetros da Faixa de Gaza. O evento recebeu uma edição especial do festival brasileiro “Universo Paralelo”. A praticamente 1h antes do início da festa, o paulista quase desistiu de ir, mas acabou sendo convencido por seu amigo.
A balada parecia tranquila até às 6h da manhã, quando barulhos de mísseis e tiros iniciaram e a música parou. Rafael estava em uma barraca com outros brasileiros, que saíram feridos ou mortos. Segundo o sobrevivente, os seguranças do evento recomendaram que todos aguardassem o fim dos ataques aéreos, mas Rafael e seus amigos correram por instinto de sobrevivência.
O grupo foi perseguido por terroristas do Hamas e só conseguiram escapar graças à intervenção de militares israelenses. Um deles ficou ferido, mas ninguém no carro foi atingido. No dia seguinte, o sobrevivente e seus amigos foram abrigados por um morador e, posteriormente, Rafael viajou por alguns lugares da Europa antes de voltar para o Brasil.
A família do sobrevivente voltou para o Brasil dias após o ataque, através de um voo de repatriação da Força Aérea Brasileira (FAB), enquanto Rafael seguiu relutante a ideia, mas depois decidiu fazer uma viagem para Lisboa em busca de tranquilidade. Ele continua afirmando que quer voltar para Israel quando a situação estiver mais estável e que havia construído uma vida naquele país.
Rafael Birman será um dos palestrantes durante a cerimônia de 85 anos da “Noite dos Cristais”, no Memorial do Holocausto, em São Paulo, pregando sobre a violência contra o povo judeu. Com essa experiência, o analista bancário espera conscientizar a população sobre a violência que tem assombrado o povo judeu por muitos anos.
O episódio foi mais um capítulo do conflito entre Israel e Palestina, que vem resultando no reforço de cerco no norte de Gaza e fuga de milhares de civis para o sul. A situação ainda é um reflexo de uma tensão que parece estar longe de ser resolvida.
