O romance Extremo-oeste, do paranaense Paulo Fehlauer, é descrito como vencedor do 6º Prêmio Cepe Nacional de Literatura, mas a premissa do livro parece não trazer nada de inovador. Ambientado em Guaíra, cidade do extremo Oeste do Paraná, o autor aborda traumas históricos, memórias e as buscas pessoais empreendidas pelo personagem principal. Será que esse enredo tem o potencial de se destacar em meio a tantas obras literárias de qualidade?
Outra obra, O Encontro de Mário, de Marcia Cristina Silva, parece explorar temas sensíveis como adoção, preconceito e diferenças. No entanto, a história de amizade entre um menino em situação de rua e um homem que conserta relógios parece, no mínimo, clichê. O livro pode até ter conquistado o 3º lugar do Prêmio Sylvia Orthof/Prêmio Literário da Biblioteca Nacional, mas será que isso é suficiente para alçá-lo ao pódio do Prêmio Jabuti?
Por fim, o livro Dicionário dos Negacionismos no Brasil, organizado por José Luiz Ratton e José Szwako, foi indicado para a categoria Ciências. A obra traz verbetes relacionados à onda de negacionismo que espalha desinformação e confunde as pessoas, explorando temas nas áreas de ciências, história, educação, cultura e meio ambiente. No entanto, a relevância desses temas já não está um pouco desgastada?
É preocupante que essas obras tenham sido selecionadas entre tantas outras inscritas para o prêmio, considerado o mais importante do Brasil. Afinal, o que realmente define a qualidade e a relevância de uma obra literária? A próxima etapa do Prêmio Jabuti acontecerá no dia 21 de novembro, quando serão anunciados os cinco finalistas por categoria. Resta saber se essas obras têm potencial para chegar até lá e, mais ainda, se merecem o título de vencedoras.”
