Ataques de Israel atingem hospitais em Gaza, complicando operação de resgate e saída de estrangeiros.

Ataques aéreos de Israel atingiram ao menos três hospitais na Faixa de Gaza nesta sexta-feira (10), segundo informes do Ministério da Saúde local e da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS). Como a saída dos brasileiros e demais estrangeiros está condicionada à transferência dos feridos da Faixa de Gaza ao Egito, os confrontos em torno dos hospitais podem dificultar a logística para saída das ambulâncias.

Um dos hospitais atacados nesta sexta-feira é o maior da Faixa de Gaza, o Al-Shiva, localizado na cidade de Gaza. Segundo informações, as forças de ocupação israelenses atacaram o complexo médico Al-Shifa cinco vezes consecutivas e ainda têm como alvo as proximidades do hospital. O secretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, demonstrou preocupação com os “relatos horríveis” provenientes do ataque ao Al-Shiva e afirmou que as vidas de milhares de pacientes, funcionários e civis deslocados estão em risco.

O direito humanitário internacional estabelece que ataques a unidades de saúde configuram crimes de guerra. Além disso, o Escritório de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) informou que o único hospital psiquiátrico de Gaza deixou de funcionar depois de sofrer danos devido a um ataque no dia 5 de novembro.

Israel tem defendido que o grupo Hamas constrói túneis embaixo das unidades da saúde, colocando os civis em risco. A Embaixada de Israel no Brasil foi procurada para comentar as informações, mas não respondeu aos questionamentos.

Por conta dos ataques, os hospitais infantis Al-Rantisi e Al-Nasr, ambos no centro da cidade de Gaza, enfrentaram confrontos, levando a incêndios no Al-Rantisi e à suspensão de serviços prestados pelas unidades. O Ministério da Saúde de Gaza declarou que as forças de ocupação israelitas sitiam os hospitais infantis, expondo as vidas de milhares de pacientes, pessoal médico e pessoas deslocadas.

No que diz respeito à evacuação dos brasileiros e demais estrangeiros da Faixa de Gaza, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Viera, informou que as pessoas de outras nacionalidades só podem sair da zona de guerra depois dos feridos. Nesta sexta-feira, pelo menos 12 crianças com câncer ou outras doenças foram transferidas para o Egito e Jordânia. Porém, ainda há dezenas de feridos retidos no norte de Gaza. O embaixador do Brasil em Ramala, na Cisjordânia ocupada, Alessandro Candeas, declarou que a forte presença militar israelense e os combates ao redor de hospitais impedem ou dificultam a saída das ambulâncias.

Assim, a saída dos brasileiros de Gaza ainda é incerta devido aos confrontos em torno dos hospitais e aos conflitos na região. A situação está sendo acompanhada pelas autoridades competentes para garantir a segurança e a evacuação dos cidadãos brasileiros e estrangeiros da área de conflito.

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