Desde janeiro, mais de 400.000 migrantes, a maioria deles venezuelanos, passaram pelo Panamá através desta área, superando o total de 248.000 registros do ano inteiro de 2022, de acordo com dados oficiais do Panamá. Segundo o chanceler, pessoas de diferentes países, como Afeganistão e China, estão transitando por essa área, o que tem sido descrito como impressionante por Leyva.
Em uma análise da situação migratória, a ONG Human Rights Watch (HRW) afirmou que o principal cartel do narcotráfico da Colômbia, Clã do Golfo, pode ter recebido milhões de dólares com o controle da rota migratória este ano.
Leyva destacou que o Darién é simplesmente uma área de passagem na rota migratória, mas também é uma região onde a delinquência é esmagadora. Ele enfatizou a importância de abordar a situação de forma conjunta e em nível regional, considerando que o desafio vai muito além da migração e também envolve questões de saúde pública, direitos humanos e assistência humanitária.
O chanceler ressaltou ainda que o Panamá, com uma população de cerca de cinco milhões, recebe centenas de milhares de migrantes todos os anos, o que representa um grande desafio para o país. Ele mencionou a importância de oferecer uma solução parcial para os venezuelanos que deixaram seu país nos últimos anos, mas reconheceu que isso não é sustentável a longo prazo.
Finalmente, Leyva lamentou o fato de que, por muito tempo, a origem da rota migratória através do Darién foi desconhecida devido à dificuldade em falar sobre a situação na Venezuela, país de onde vem a maioria dos migrantes. Ele sugeriu que uma solução para o problema envolveria o fortalecimento da economia venezuelana, a fim de reduzir a migração para fora do país em um contexto econômico mais favorável.