Governo venezuelano acusa ONU de “declinar sua responsabilidade” nas tensões com a Guiana por disputa territorial.

O governo venezuelano acusou a ONU de tentar “declinar sua responsabilidade” no aumento das tensões entre Venezuela e Guiana em relação à disputa territorial que ambos os países enfrentam há mais de um século. O Ministério das Relações Exteriores venezuelano emitiu um comunicado rejeitando as declarações atribuídas ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres. Segundo o governo venezuelano, as declarações de Guterres tentam se isentar das tensões geradas pelas ações da Guiana relacionadas à controvérsia territorial pela Guiana Essequiba.

A ONU, historicamente, atuou como mediadora no conflito entre os dois países. No entanto, no trabalho recente, ambas as partes envolvidas afirmam a isenção de responsabilidade na escalada de tensão, que culminou na disputa pela região de Essequibo, conhecida pelas reservas de petróleo e outros recursos naturais. A Venezuela protestou contra as licitações promovidas pela Guiana e anunciou um referendo consultivo para 3 de dezembro, propondo anexar o território e conceder cidadania aos habitantes.

A Guiana rejeitou a consulta convocada pela Venezuela e pediu à CIJ que interrompesse o referendo. O tribunal convocou uma audiência para a próxima terça-feira, mas a Venezuela sustenta que rejeita essa instância para a resolução do conflito e reivindica negociações diretas.

Durante a disputa, a Guiana defendeu que as águas que a Venezuela reivindica lhe pertencem devido a um laudo arbitral em Paris em 1899, o qual a Venezuela contesta. A Venezuela, por sua vez, reivindica um tratado assinado em Genebra em 1966 com o Reino Unido antes da independência guianense, estabelecendo bases para uma solução negociada e desconhecendo o tratado anterior.

O comunicado do governo venezuelano veio em resposta a um pronunciamento do porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, que expressou preocupação com a recente escalada de tensão entre os países. A ONU ressaltou que confia na boa fé de ambas as partes para evitar qualquer ação que agrave ou prolongue a controvérsia.

A disputa entre Venezuela e Guiana continua sendo um ponto de tensão na região, especialmente devido ao potencial econômico da região de Essequibo. À medida que a audiência na CIJ se aproxima, é possível que a situação se torne ainda mais delicada, aumentando a necessidade de uma mediação internacional eficaz.

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