Israel declara total de 35 mortos em ofensiva terrestre na Faixa de Gaza

O Exército de Israel confirmou, na noite de quinta-feira, a morte do 35º militar desde o início da incursão terrestre à Faixa de Gaza, no dia 27 de outubro. Em duas semanas de uma operação que diz ter dividido ao meio o território, e que tem como objetivo principal destruir o Hamas, o número de mortos retrata a dificuldade de se combater um inimigo que conhece o terreno, e que tem à disposição uma ampla rede de túneis e um ambiente urbano hostil a forças externas. Antes mesmo da ofensiva terrestre, as autoridades israelenses já alertavam que o conflito seria longo e violento. Yoav Gallant, ministro da Defesa, disse pouco antes do início da invasão, que “levaria algum tempo” até que a ampla rede de túneis do Hamas fosse desmantelada e que os “bolsões de resistência” fossem destroçados.

Segundo ele, o ambiente encontrado na região Norte do território, hoje também foco das operações israelenses, era um conjunto de “emboscadas, armadilhas, esconderijos e atiradores de elite”. Dados da Magen David Adom, equivalente israelense da Cruz Vermelha, apontam que dos 67 militares que morreram na guerra de 2014, pelo menos seis foram vítimas de explosivos escondidos em casas, escritórios e locais que aparentavam ser instalações médicas. Disparos dos atiradores de elite deixaram pelo menos dois mortos, sem contar os ataques com mísseis anti-tanque, uma arma preferencial e amplamente disponível para os combatentes do Hamas. Pelo menos dois militares morreram dessa forma.

Cidades são perfeitas para quem se defende. Há muitos lugares para se esconder, não apenas os túneis que o Hamas tem construído, mas também prédios, casas e todos os tipos de lugares. Até agora, com duas semanas desde o início da incursão em Gaza, os números são parecidos com os da operação terrestre de 2014, que durou 17 dias: naquela ocasião, cerca de 40 militares israelenses morreram em combates dentro do território palestino, contra 35 mortos até o momento. Há que se considerar, sob a fria análise dos números, que as mortes de militares israelenses são bem menores do que a dos mortos entre os combatentes do Hamas, que não dispoem do mesmo treinamento, planejamento e equipamentos. As autoridades em Gaza não comentaram essa alegação.

Ao mesmo tempo em que há semelhanças entre as duas guerras, também há diferenças. A começar pelo próprio objetivo da invasão: a destruição do Hamas, responsável pelos ataques de 7 de outubro, que deixaram mais de 1,4 mil mortos em Israel. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que também luta pela própria sobrevivência política (cada vez mais improvável) tem usado um tom carregado no belicismo, e tem ignorado sistematicamente pedidos para evitar o uso excessivo de força contra civis. Segundo as autoridades palestinas, o número de mortos passa de 10 mil, e o governo de Netanyahu tem sido acusado de promover uma “punição coletiva” à população de Gaza.

Now, com combates em praticamente
todas as áreas do território palestino, incluindo nas praias, áreas rurais e na própria Cidade de Gaza, que se tornou, de acordo com relatos, uma zona de guerra aberta, com tiroteios, bombardeios e medo entre os civis que não conseguiram deixar a região rumo a áreas mais seguras. Dado o planejamento metódico que envolveu o ataque, parece que o Hamas dedicou bastante tempo ao planejamento da próxima fase, realizando uma extensa preparação do campo de batalha em Gaza.

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