O médico Ubirajara Barroso Jr., chefe da Divisão de Cirurgia Urológica Reconstrutora do hospital da Universidade Federal da Bahia, destaca a importância de se cuidar da saúde desde a idade mais tenra, incluindo as pessoas que são designadas como sexo masculino ao nascer, mas passam a se identificar com o sexo feminino, como no caso das mulheres trans. Ele ressalta que muitos homens trans podem necessitar de cuidado ginecológico inicialmente, o que também os coloca em risco de alterações urinárias e infecções sexualmente transmissíveis, conforme passam pela transição para o sexo masculino.
É necessário conscientizar a população sobre a importância de se consultar com um urologista, independentemente do gênero ou da identidade de gênero. Mulheres trans, mesmo após a transição hormonal ou cirúrgica, mantêm a glândula prostática e precisam estar atentas à saúde da mesma forma que os homens cis. A detecção precoce do câncer de próstata é fundamental para garantir a cura, e muitos equívocos sobre o tema, como o uso de hormônios femininos proteger completamente a mulher trans do câncer de próstata, precisam ser desmistificados.
Além disso, o preconceito e o medo de enfrentar discriminação ao buscar atendimento médico são desafios que as pessoas trans enfrentam, por isso, a inclusão e o respeito no atendimento são fundamentais. A presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais ressalta a importância de uma abordagem mais inclusiva durante o ano todo, não apenas em campanhas específicas como o Novembro Azul, para que todas as pessoas possam se sentir parte do processo de cuidado com a saúde.
Portanto, é fundamental que a saúde urológica das pessoas trans seja abordada de forma mais inclusiva e que os profissionais de saúde estejam preparados para acolher e atender a população trans da mesma forma que qualquer outro paciente. A conscientização sobre a importância de cuidar da saúde, incluindo a prevenção do câncer de próstata, deve abranger a todos, independentemente do gênero ou identidade de gênero.
