Na primeira fase da operação, as equipes técnicas apreenderam 230 litros de agrotóxicos, 14 armas de fogo com porte irregular e 278 munições, 64 m³ de madeira, 70 gramas de maconha e retiraram 80% do gado ilegal, informam boletins divulgados pela Secretaria-Geral da Presidência. A operação tem apoio da Força Nacional. Foram aplicadas multas que somam R$ 4,1 milhões por desmatamento irregular.
A contaminação dos igarapés por mercúrio e a dificuldade dos indígenas de praticarem suas roças e a caça são apenas algumas das consequências geradas por essa escalada de destruição do território Parakanã, e que também tem atingido a vizinha TI Trincheira-Bacajá, onde vivem indígenas dos povos Xikrin e Kayapó.
Na segunda fase, serão retirados os invasores que não deixaram a região de forma voluntária, bens e animais e destruição de instalações irregulares que não foram desmontadas. No âmbito desta fase, a Polícia Federal prendeu preventivamente nesta sexta-feira (10) uma liderança local na Vila Sudoeste. O homem, presidente de uma associação, é investigado pelos crimes de invasão e exploração econômica da Terra Indígena Trincheira Bacajá. Segundo a PF, ele teria induzido e mantido os invasores das terras indígenas com a falsa promessa de regularização da área invadida, além de incitar o grupo a descumprir ordem judicial que determinava a saída da Terra Indígena.
A desintrusão cumpre uma determinação do Supremo Tribunal federal (STF). O plano de ação foi homologado pela Corte em setembro de 2023. A operação deve durar 90 dias. As terras Apyterewa foram homologadas em 2007, e Trincheira Bacaiá, em 1996. Nelas, vivem cerca de 2,5 mil indígenas das etnias Parakanã, Mebengôkre Kayapó e Xikrim, em 51 aldeias. As áreas ficam localizadas entre os municípios de São Félix do Xingu, Altamira, Anapú e Senador José Porfírio, na região do Médio Xingu, no Pará.