Escritora de ‘Quarto de Despejo’ terá novo memorial em sua cidade natal em Minas Gerais, anuncia filha da autora.

A escritora Carolina Maria de Jesus, conhecida pelo célebre livro Quarto de Despejo, que retrata o cotidiano em uma favela na zona norte paulistana, deverá receber um novo memorial em seu município natal, Sacramento, Minas Gerais. Segundo a filha da autora, Vera Eunice, o projeto, com apoio do Ministério da Cultura, será anunciado nas próximas semanas.

Vera Eunice enfatiza a importância de reunir todo o acervo da autora, como fotos e manuscritos, que atualmente estão espalhados e em condições inadequadas de conservação. Ela ressalta que o objetivo é tornar o material disponível ao público, e não apenas para si mesma. Parte do acervo já está no Museu Afro Brasil, em São Paulo, onde Vera acredita que está bem conservado.

Carolina Maria de Jesus, que viveu na favela do Canindé, zona norte de São Paulo, era catadora e registrava o cotidiano da comunidade em cadernos que encontrava no lixo, chegando a deixar alguns manuscritos anotados em papel de pão. Seu livro Quarto de Despejo teve grande repercussão, com três edições, tradução para 13 idiomas e vendas em mais de 40 países.

Além disso, Vera Eunice foi a palestrante da primeira mesa da I Feira Literária Afro-Brasileira Carolina Maria de Jesus, do Museu Afro Brasil, evento que contou com a presença de diversos escritores, poetas, e editoras independentes, além de contar com atividades como contação de histórias e discotecagem na área externa do museu.

Segundo a filha da autora, o novo memorial dedicado a Carolina Maria de Jesus em Sacramento, Minas Gerais, visa acolher melhor o acervo da escritora, que atualmente se encontra disperso e em condições inadequadas de conservação. A iniciativa também busca disponibilizar o material ao público, garantindo que a obra e história da autora estejam acessíveis a todos. A trajetória de Carolina Maria de Jesus, que viveu na favela do Canindé, zona norte de São Paulo, é marcada por sua atuação como catadora e pela sua obra, que alcançou grande sucesso e foi traduzida para diversos idiomas. Em meio às discussões sobre preservação da memória e valorização da literatura afro-brasileira, a iniciativa do memorial é mais um passo importante para manter viva a contribuição de Carolina Maria de Jesus para a cultura brasileira.

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