Líderes árabes e presidente iraniano se reúnem na Arábia Saudita para discutir ataques de Israel a Gaza.

Presidente iraniano e líderes árabes se reúnem na Arábia Saudita para discutir conflito em Gaza

Líderes árabes e o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, estão reunidos nesta sábado (11) na Arábia Saudita para abordar a urgência de pôr fim aos ataques de Israel a Gaza e evitar uma conflagração regional do conflito. Durante o encontro, Raisi solicitou que os países muçulmanos designem o exército israelense como um “grupo terrorista” e armem os palestinos, caso os ataques continuem na Faixa de Gaza.

As reuniões de urgência da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica foram realizadas em conjunto, em um esforço para alcançar “uma posição coletiva unificada que expresse a vontade comum árabe e muçulmana em relação aos acontecimentos perigosos e sem precedentes observados em Gaza e nos territórios palestinos”, afirmou a agência de notícias saudita.

Essa cúpula em Riade aconteceu cinco semanas após um ataque do movimento palestino Hamas em solo israelense, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, de acordo com um balanço revisto das autoridades israelenses. Desde então, Israel aumentou os bombardeios na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, e estima-se que mais de 11.000 pessoas, incluindo mais de 4.500 crianças, tenham sido mortas.

Em relação à cúpula, o vice-secretário-geral da Liga Árabe, Hossam Zaki, afirmou que o intuito é discutir “o caminho a seguir no cenário internacional para pôr fim à agressão, apoiar a Palestina e seu povo, condenar a ocupação israelense e responsabilizá-la por seus crimes”.

Além disso, a relação entre Irã e Arábia Saudita também está em pauta. A Jihad Islâmica, aliada do Hamas em Gaza, afirmou não esperar “nada” da cúpula, e a expectativa é de duras críticas contra Israel e os Estados Unidos, que têm rejeitado os apelos por um cessar-fogo.

A visita do presidente iraniano a Riade marca um momento histórico, sendo esta a primeira visita desde que as potências regionais anunciaram, em março, o restabelecimento das relações diplomáticas após sete anos de ruptura. Teerã apoia o Hamas, assim como o Hezbollah libanês e os rebeldes huthis do Iêmen, elevando os temores de uma possível expansão do conflito.

A Arábia Saudita, por sua vez, teme ser alvo desses confrontos, uma vez que mantém laços estreitos com os Estados Unidos e pretendia normalizar suas relações com Israel antes do início do conflito. O príncipe herdeiro e líder “de fato” do reino, Mohamed bin Salman, denunciou as “contínuas violações do direito internacional humanitário por parte das forças de ocupação israelenses”.

Essa cúpula ocorre em um momento crucial e pode ter impactos significativos na situação do Oriente Médio. A relação entre os países envolvidos, bem como suas posições em relação ao conflito em Gaza, podem determinar os próximos passos a serem dados na região.

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