Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirma considerar as invasões de propriedades privadas como instrumento “legítimo de pressão”.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, é o responsável pela interlocução do governo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em entrevista ao GLOBO, Teixeira afirmou que vê as invasões de propriedades privadas como instrumento “legítimo de pressão”, mas desnecessárias diante do canal direto aberto com a atual gestão para negociar.

O ministro rebateu as críticas de que o governo não tem agido para coibir invasões do MST, afirmando que o governo tem buscado negociar com o movimento. No início do ano, entre março e abril, o auxiliar de Luiz Inácio Lula da Silva foi pressionado pelo Congresso e liderou uma série de conversas para contornar o mal-estar político causado pelas invasões.

Teixeira ressaltou que a relação do governo com o MST está boa, apesar dos momentos mais tensos ocorridos nos meses de março e abril, quando ocorreram o maior número de ocupações. Ele destacou que o governo tem buscado responder às reivindicações do movimento de forma negociada, acreditando que não é necessária a realização de ocupações de terras para atingir os objetivos propostos.

Sobre a meta de assentar 7,2 mil famílias por ano, o ministro destacou que o governo estima que esse número seja ultrapassado e que eles possam chegar a nove mil famílias no primeiro ano de governo. A estratégia para os próximos anos está sendo amadurecida para ter um volume de assentamento muito forte.

Em relação à meta fiscal, Teixeira destacou a importância da disciplina fiscal, mas reconheceu que haverá um déficit para o ano que vem, evidenciando que a mudança da meta fiscal tem dividido ministros do governo.

Quanto à possibilidade de partidos recorrerem ao Supremo Tribunal Federal caso o Congresso derrube o veto de Lula ao marco temporal, o ministro ressaltou que a questão do marco temporal já tem uma decisão do Supremo e que qualquer lei que a contrarie será questionada.

Sobre as recentes falas da presidente Gleisi Hoffmann confrontando os presidentes da Câmara e do Senado, Teixeira afirmou que as críticas não confrontam e são de natureza política em relação a determinadas agendas.

Em resumo, o ministro Paulo Teixeira demonstrou confiança na relação do governo com o MST e ressaltou o esforço do governo em negociar com o movimento para atender às suas demandas. Ele ainda abordou questões como a meta de assentamentos, a disciplina fiscal e as recentes polêmicas políticas, evidenciando uma postura de diálogo e negociação por parte do governo.

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