O Fórum também divulgou que os feminicídios e homicídios femininos aumentaram 2,6% em comparação com o primeiro semestre de 2022. No total, foram registradas 722 vítimas de feminicídio e 1.902 casos de homicídios de mulheres. Esses números apontam para uma falha do estado brasileiro em proteger suas meninas e mulheres, de acordo com a entidade.
Os resultados divulgados pelo FBSP estão em contraste com a tendência nacional dos crimes contra a vida, que caíram 3,4% no país no primeiro semestre deste ano. Segundo Isabela Sobral, supervisora do núcleo de dados do FBSP, a Lei Maria da Penha tem um papel importante na prevenção do assassinato de mulheres, mas é essencial fortalecer a rede de atendimento para acolher as vítimas de violência e oferecer opções para elas.
A subnotificação de casos de violência sexual também é uma preocupação, visto que há um número significativo de estupros não reportados. Estima-se que apenas 8,5% dos estupros que ocorrem no Brasil são registrados pela polícia, o que indica a magnitude do problema. Além disso, a maioria dos autores de estupros são pessoas conhecidas das vítimas e a maior parte das vítimas são vulneráveis.
Isabela Sobral também ressaltou a importância de capacitar as polícias para oferecer um atendimento adequado às vítimas e identificar corretamente os casos de feminicídio entre os homicídios. A classificação dos crimes varia entre os estados e a supervisora acredita que os policiais precisam ser capacitados para entender a natureza diversa dos casos de violência contra a mulher.
Os dados do FBSP são alarmantes e evidenciam a urgência de implementar medidas eficazes para combater a violência de gênero e proteger as mulheres e meninas. O alto número de estupros e feminicídios revela a necessidade de um esforço coordenado entre as autoridades, instituições e a sociedade para garantir a segurança e integridade das mulheres no país.