Estupro de mulheres e meninas aumenta 14,9% no Brasil, revela Fórum Brasileiro de Segurança Pública em relatório.

No primeiro semestre de 2023, o Brasil registrou um crescimento alarmante nos casos de estupro, feminicídio e homicídios femininos, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dados compilados pela entidade revelam que a cada 8 minutos, uma menina ou mulher foi vítima de estupro, totalizando 34 mil casos de estupro e estupro de vulneráveis. Esse número representa um aumento de 14,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Além disso, os feminicídios e homicídios femininos também apresentaram um crescimento de 2,6% em comparação ao primeiro semestre de 2022. Foram registrados 722 casos de feminicídio e 1.902 homicídios de mulheres. Esses números mostram que o estado brasileiro continua falhando na proteção das mulheres, apontando para uma tendência contrária à redução da violência letal no país.

A supervisora do núcleo de dados do FBSP, Isabela Sobral, destacou a importância da Lei Maria da Penha como um mecanismo crucial na prevenção do assassinato de mulheres. Ela ressaltou a necessidade de fortalecer a rede de atendimento para acolher as mulheres em situação de violência e oferecer opções que muitas vezes elas não têm. Além disso, Sobral enfatizou a importância de capacitar as polícias para garantir um atendimento adequado das mulheres em situação de violência.

No entanto, a subnotificação de casos de estupro é um problema grave no país. Estima-se que apenas 8,5% dos estupros são registrados pelas polícias e 4,2% pelos sistemas de informação da saúde. Isso significa que o número real de casos de violência sexual pode ser muito maior do que os registros oficiais sugerem.

Um estudo recente do IPEA destacou que grande parte dos autores de estupros são pessoas conhecidas das vítimas e a maioria das vítimas são vulneráveis. A tipificação nos boletins de ocorrência mostrou que 74,5% dos casos de estupro registrados no primeiro semestre do ano foram de estupro de vulnerável, o que indica que as vítimas tinham menos de 14 anos ou eram incapazes de consentir.

Portanto, é evidente que a violência contra as mulheres no Brasil continua a ser um problema grave que exige atenção e ação imediata por parte das autoridades competentes. A proteção das mulheres e a prevenção de casos de estupro, feminicídio e homicídios femininos devem ser prioridades na agenda do país.

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