Um tribunal de Tomsk, na Sibéria, decidiu prender Fadeeva, que até agora estava em prisão domiciliar. A informação foi divulgada no Telegram pela organização de Alexei Navalny, um opositor preso que foi condenado em agosto a 19 anos de prisão por “extremismo”. Andrei Fateev, aliado de Navalny, escreveu: “Ksenia é uma presa política, deputada da Duma municipal (de Tomsk) que conquistou o seu mandato após uma luta honesta”.
Dias antes da eleição de Ksenia Fadeeva, Alexei Navalny foi envenenado em Tomsk e transferido em estado grave para tratamento na Alemanha. Ele foi preso ao retornar à Rússia, em janeiro de 2021. Seu movimento foi posteriormente declarado “extremista” e proibido, levando muitos de seus colaboradores a fugir do país para evitar processos, mas Ksenia Fadeeva decidiu ficar.
Ela foi presa em dezembro de 2021, acusada de ter organizado um grupo “extremista”, e estava em prisão domiciliar aguardando julgamento, que começou em meados de agosto. Segundo a ONG especializada OVD-Info, quase 20 mil russos foram detidos desde o início do conflito na Ucrânia por protestarem contra as políticas do Kremlin. Quase todos os principais opositores estão atrás das grades ou no exílio.
Essa prisão faz parte da onda de repressão que vem ocorrendo na Rússia contra opositores do regime de Vladimir Putin. Essa situação tem preocupado organizações de direitos humanos e levantado críticas de diversos países ao redor do mundo. A liberdade de expressão e o exercício da política democrática estão cada vez mais comprometidos na Rússia, o que levanta questionamentos sobre a legitimidade do regime de Putin. A situação de Ksenia Fadeeva exemplifica a luta pela democracia e a repressão contra opositores na Rússia.
