Milhares de espanhóis protestam contra a anistia para separatistas catalães e a aliança de Pedro Sánchez com o grupo do Parlamento.

No último domingo, ocorreu um protesto em massa na Espanha, convocado pela direita e liderado pelo Partido Popular (PP), com dezenas de milhares de participantes em 52 cidades do país. Os manifestantes se opõem à anistia proposta pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez aos separatistas catalães, visando obter apoio político no Parlamento e garantir seu retorno ao poder. A anistia, considerada por parte da sociedade espanhola como um ataque ao Estado de direito, é vista como uma manobra controversa, pois surge seis anos após a tentativa de separação da Catalunha, que culminou em uma das mais graves crises políticas da Espanha contemporânea.

O líder do Partido Popular, Alberto Núñez Feijóo, afirmou durante o discurso em Madri que não descansariam até que houvesse eleições. Ele ressaltou que a mobilização vai além dos partidos políticos. Na capital espanhola, cerca de 80 mil manifestantes formaram um mar de bandeiras espanholas na Plaza de la Puerta del Sol e arredores, gritando palavras de ordem contra Pedro Sánchez.

O primeiro-ministro, que ficou em segundo lugar nas eleições, garantiu o regresso ao poder, graças ao apoio de vários grupos e dos sete deputados da legenda separatista de Carles Puigdemont. Em troca, o partido de Puigdemont obteve uma lei de anistia para os separatistas processados pela Justiça, principalmente pelos acontecimentos de 2017, assim como a abertura de negociações sobre a questão do “reconhecimento da Catalunha como nação”, entre outros assuntos.

A medida de anistia é alvo de polêmica, com críticas vindas da direita espanhola, do Poder Judiciário e até de alguns dirigentes moderados do Partido Socialista. Na multidão em Madri, manifestantes expressaram indignação contra a aliança política e ressaltaram o medo diante da situação. O partido de extrema direita Vox também se uniu aos protestos neste domingo e fez um apelo por uma mobilização “permanente” e “crescente” para evitar o que consideram um “golpe de Estado”.

Os protestos em frente à sede do PSOE degeneraram várias vezes em confrontos entre ativistas radicais e a polícia. Neste cenário de tensões, o governo tenta lidar com a pressão das ruas e garantir a estabilidade política no país, enquanto a sociedade espanhola se encontra profundamente dividida quanto à anistia proposta por Sánchez.

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