Repórter Recife – PE – Brasil

Parlamentares governistas se encontram com “dama do tráfico amazonense” e negam vínculos com associação ligada ao crime organizado.

A polêmica envolvendo Luciane Barbosa Farias, também conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, tem ganhado grande repercussão nas redes sociais e na imprensa após a divulgação de fotos onde a mulher aparece ao lado de parlamentares governistas. Nesta segunda-feira, deputados como André Janones (Avante-MG) e Guilherme Boulos (PSOL-SP) utilizaram suas redes sociais para esclarecer que não possuem nenhum vínculo com a esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, líder da facção Comando Vermelho no Amazonas.

As manifestações dos parlamentares surgiram após o jornal “O Estado de S.Paulo” revelar que Luciane esteve no Ministério da Justiça em duas ocasiões com secretários do ministro Flávio Dino, mas seu nome não foi registrado na agenda oficial. Janones, um dos parlamentares que teve a foto ao lado de Luciane divulgada, afirmou que a Câmara dos Deputados é aberta para visitações e que atende a todos que chegam, sem distinção, uma vez que a segurança e a identificação são responsabilidade da polícia da Casa, não dele. Ele destacou que no dia em que Luciane foi recebida em seu gabinete, várias mulheres estiveram presentes, muitas delas representantes de associações civis em defesa dos direitos humanos e mães vítimas de crimes aguardando por justiça.

O deputado Guilherme Boulos, por sua vez, também se pronunciou por meio de sua assessoria e afirmou não conhecer a “dama do tráfico amazonense”, acrescentando que é impossível levantar o histórico de todas as pessoas com as quais se encontra e é fotografado diariamente. Ele destacou que foi abordado por duas mulheres no Salão Verde da Câmara, que pediram para apresentar suas demandas. Segundo Boulos, o Instituto Liberdade do Amazonas, representado pelas mulheres, atua em defesa dos direitos humanos e denuncia torturas em presídios da região norte do país.

A esposa de Tio Patinhas, que cumpre 31 anos no presídio de Tefé, foi sentenciada a dez anos, mas responde em liberdade. A repercussão do caso levou o nome da facção criminosa e o termo “Ministério da Justiça” a se tornarem os assuntos mais comentados nas redes sociais, recebendo o repúdio de figuras como o ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten. Em uma postagem, Wajngarten incluiu Boulos na história, já que Luciane é presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), uma ONG que, segundo o Estadão, seria financiada pelo dinheiro do tráfico.

Boulos também se reuniu com a associação fundada por Luciane em 4 de maio. A ONG agradeceu o recebimento e atenção às suas pautas nas redes sociais. O episódio levantou questionamentos sobre a natureza do encontro e as possíveis ligações com o tráfico, com figuras como Nikolas Ferreira (PL-MG) compartilhando imagens da dama do tráfico com Boulos e André Janones, ironizando sobre quem poderia ser essa mulher. A polêmica segue em destaque, suscitando debates sobre a relação de políticos com personagens controversos e envolvidos com o crime organizado.

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