Repórter Recife – PE – Brasil

Presidente do STF defende política de cotas raciais nas universidades durante 1ª Jornada Justiça e Equidade Racial em Brasília.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, demonstrou seu apoio à política de cotas raciais nas universidades brasileiras durante a abertura da 1ª Jornada Justiça e Equidade Racial, realizada em Brasília nesta segunda-feira (13). Barroso destacou que a educação de qualidade é essencial para a inclusão social de pessoas negras, e ressaltou que o Judiciário tem contribuído para essa questão. Ele citou a validação das políticas de cotas raciais nas universidades em decisões importantes do Supremo Tribunal Federal, e enfatizou que atualmente ninguém mais ousa contestar a importância e o acerto dessas políticas.

O ministro também trouxe à tona dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelando as formas de racismo estrutural no país. Segundo o levantamento, em 2022, a maioria das vítimas de homicídio eram pessoas negras, destacando que as mulheres negras representaram 65% das vítimas de homicídio e que 70% dos presos eram homens negros. Diante desses números, Barroso enfatizou a existência do racismo estrutural e ressaltou que é dever de toda a sociedade enfrentá-lo.

Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o texto que atualiza a Lei de Cotas, com mudanças no mecanismo de ingresso de cotistas ao ensino superior, ajuste de critérios de renda para reserva de vagas e inclusão de estudantes quilombolas como beneficiários. Essa atualização representa um avanço na busca por maior equidade racial no acesso à educação.

Barroso também compartilhou sua experiência com a implantação do sistema de cotas na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde atua como professor, mencionando que houve resistências à implementação da medida. No entanto, ele destacou que pôde acompanhar de perto os resultados positivos das cotas raciais e reforçou seu posicionamento a favor dessa política.

A defesa enfática do presidente do STF e a atualização da Lei de Cotas demonstram um movimento significativo rumo a uma maior justiça e equidade racial nas universidades brasileiras, além de evidenciar a importância do debate e da ação efetiva para combater o racismo estrutural no país.

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