Em um vídeo compartilhado pela entidade, é possível ver invasores sobrevoando a aldeia dos indígenas Yanomami em isolamento voluntário e zombando de sua reação quando lançam flechas em direção à aeronave, tentando afastá-la. De acordo com a associação, há uma aceleração na retirada dos invasores da Terra Indígena Yanomami, mas a morosidade da extrusão de garimpeiros nas regiões mais isoladas do território tem sujeitado suas comunidades à violência de criminosos, inclusive, com indígenas isolados, como o grupo Moxihatëtä.
Além disso, os Yanomami têm apontado problemas como a volta de invasores a certas regiões do território e a qualidade no atendimento na área de saúde. Segundo a associação, os invasores muitas vezes intimidam as equipes de saúde e inibem os indígenas de receber cuidados. Lideranças Yanomami também pedem que o governo reforce os serviços de educação e a distribuição de alimentos.
A Terra Indígena Yanomami é uma das mais atingidas pelo avanço do garimpo, que causa significativos impactos no modo de viver dos indígenas, limitando fontes de alimento e água e afetando sua saúde, devido ao uso de mercúrio, que gera problemas no organismo de animais e seres humanos, e à degradação ambiental.
A persistência de certos obstáculos que continuam existindo mesmo após a força-tarefa do governo federal foi tema de um relatório publicado em agosto deste ano. O documento, intitulado “Yamaki ni ohotai xoa! (nós ainda estamos sofrendo, em português)” destaca a continuidade do sofrimento dos povos indígenas diante das violações de direitos.
A Agência Brasil procurou o Ministério dos Povos Indígenas e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para obter posicionamento sobre o episódio relatado pela Urihi e aguarda retorno.
A situação evidencia a importância de proteger e respeitar os direitos dos povos indígenas, bem como a necessidade de ações mais efetivas por parte do governo para garantir a segurança e preservação das terras indígenas no país.