Calor extremo afeta também os animais, alerta professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

O calor extremo não afeta apenas os seres humanos, mas também os animais, sejam domésticos ou de produção. Num alerta na última terça-feira, a professora do Instituto de Zootecnia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Ana Lúcia Puerro de Melo, enfatizou os perigos do calor intenso para os animais.

A preocupação com os animais domésticos é grande, especialmente aqueles que vivem dentro das casas. Ana Lúcia ressalta a importância de garantir um ambiente com conforto térmico, sombra e água fresca. Manter limpa a vasilha de água e trocá-la com frequência também faz parte dos cuidados.

Quando se trata de animais de produção, o estresse devido ao calor pode ser ainda mais grave. Dependendo da espécie e da raça, o calor extremo pode aumentar as taxas de mortalidade. Mesmo em galpões supostamente sombreados, o calor excessivo pode levar a um aumento na mortalidade, especialmente entre as aves.

Para evitar tais problemas, podem ser tomadas medidas preventivas, como a escolha de raças adaptadas e a construção de instalações que proporcionem sombra e água limpa. Durante o manejo, é importante evitar estressar os animais em momentos de alta temperatura e garantir que tenham acesso a alimentos frescos e água limpa.

A preocupação com o bem-estar animal também se estende aos animais de estimação. Ana Lúcia destaca a importância de oferecer alimentos palatáveis que estimulem a ingestão de líquidos, assim como reduzir a atividade e a exposição ao sol em dias quentes.

Além disso, a professora ressalta que a necessidade de conscientização sobre o estresse pelo calor se estende aos seres humanos, principalmente aqueles em situação de vulnerabilidade que não têm acesso a condições adequadas para lidar com o calor.

O calor excessivo também afeta os oceanos e os animais marinhos. O professor Francisco Gerson de Araújo, coordenador do Laboratório de Ecologia de Peixes da UFRRJ, explica que o forte El Niño, que gera um aumento na temperatura do Oceano Pacífico central, pode desencadear uma série de efeitos negativos nos peixes. A elevação da temperatura do ambiente pode levar os peixes a migrar para áreas com temperaturas mais amenas, quebrando as cadeias alimentares e levando ao desaparecimento de espécies.

Além disso, o aumento da temperatura dos oceanos pode diminuir a quantidade de oxigênio, resultando em mortandade de peixes. Assim, o calor excessivo não só afeta os animais terrestres, mas também a vida marinha, levando a sérias consequências para os ecossistemas marinhos.

Portanto, fica claro que o calor extremo não é apenas um problema para os seres humanos, mas também para os animais, tanto domésticos quanto selvagens. Medidas preventivas e cuidados extras são essenciais para garantir o bem-estar dos animais durante as ondas de calor extremo.

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