Cinco pessoas de uma mesma família são assassinadas em comunidade quilombola na Bahia em contexto de disputa entre famílias rivais

Três mulheres e um homem foram assassinados no município de Jeremoabo, interior da Bahia, na manhã do último domingo (12). As vítimas foram identificadas como Flávia Nunes de Jesus, Dominga Maria de Jesus Silva, Judite Angelina de Jesus Santos e Eguinaldo de Jesus Silva. Todos os quatro foram encontrados mortos a tiros dentro de um veículo, na estrada que dá acesso à comunidade de Casinhas.

Além das quatro vítimas fatais, uma quinta pessoa também foi atingida por disparos e encaminhada a uma unidade de saúde. De acordo com a Polícia Civil da Bahia, esta quinta vítima é um homem. A Polícia Militar informou que o local foi isolado para a realização de perícia. A Polícia Civil suspeita que os homicídios possam ter ocorrido devido a uma disputa entre famílias rivais da comunidade quilombola.

A Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) foi procurada para esclarecer a relação das vítimas com a comunidade quilombola, porém, até o fechamento desta matéria, não houve retorno. De acordo com um balanço da Conaq, nos últimos dez anos, 35 assassinatos de quilombolas foram registrados, com a Bahia apresentando nove casos, destacando-se como um dos estados com maiores índices de violência contra esse grupo.

A situação de violência contra quilombolas parte de um cenário mais amplo, onde lideranças comunitárias e coordenadores de associações estão sendo atingidos. Este ano, a Conaq tomou conhecimento de cinco execuções na Bahia, todas perpetradas com uso de arma de fogo, e muitas das vítimas eram líderes das comunidades onde viviam.

Além dos casos na Bahia, outros assassinatos de quilombolas foram registrados em outros estados, como o Pará e o Maranhão. O presidente da comunidade quilombola Mucambo, Luis Fernando de Jesus Santana, foi morto em sua casa em Santa Cruz de Goiás. A líder e coordenadora da Conaq, Bernadete Pacífico, foi assassinada no Quilombo Pitanga dos Palmares. José Alberto Moreno Mendes, conhecido como Doka, foi morto a tiros em frente à sua casa no município de Itapecuru-Mirim (MA).

A situação de violência contra quilombolas representa uma grave violação dos direitos humanos, e a insegurança vivida por essas comunidades é alarmante. É fundamental que a sociedade e as autoridades públicas se empenhem em buscar soluções para a proteção e segurança dos quilombolas, garantindo que crimes como esses não se repitam no futuro.

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