Além das quatro vítimas fatais, uma quinta pessoa também foi atingida por disparos e encaminhada a uma unidade de saúde. De acordo com a Polícia Civil da Bahia, esta quinta vítima é um homem. A Polícia Militar informou que o local foi isolado para a realização de perícia. A Polícia Civil suspeita que os homicídios possam ter ocorrido devido a uma disputa entre famílias rivais da comunidade quilombola.
A Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) foi procurada para esclarecer a relação das vítimas com a comunidade quilombola, porém, até o fechamento desta matéria, não houve retorno. De acordo com um balanço da Conaq, nos últimos dez anos, 35 assassinatos de quilombolas foram registrados, com a Bahia apresentando nove casos, destacando-se como um dos estados com maiores índices de violência contra esse grupo.
A situação de violência contra quilombolas parte de um cenário mais amplo, onde lideranças comunitárias e coordenadores de associações estão sendo atingidos. Este ano, a Conaq tomou conhecimento de cinco execuções na Bahia, todas perpetradas com uso de arma de fogo, e muitas das vítimas eram líderes das comunidades onde viviam.
Além dos casos na Bahia, outros assassinatos de quilombolas foram registrados em outros estados, como o Pará e o Maranhão. O presidente da comunidade quilombola Mucambo, Luis Fernando de Jesus Santana, foi morto em sua casa em Santa Cruz de Goiás. A líder e coordenadora da Conaq, Bernadete Pacífico, foi assassinada no Quilombo Pitanga dos Palmares. José Alberto Moreno Mendes, conhecido como Doka, foi morto a tiros em frente à sua casa no município de Itapecuru-Mirim (MA).
A situação de violência contra quilombolas representa uma grave violação dos direitos humanos, e a insegurança vivida por essas comunidades é alarmante. É fundamental que a sociedade e as autoridades públicas se empenhem em buscar soluções para a proteção e segurança dos quilombolas, garantindo que crimes como esses não se repitam no futuro.