Em análise detalhada, a pesquisa também reportou que o diabetes afeta mais mulheres (11,1%) do que homens (9,1%). O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes Regional do Rio de Janeiro (SBD-RJ), Daniel Kendler, destacou que a sobrecarga das rotinas femininas, muitas vezes com dupla jornada de trabalho, pode contribuir para o maior desenvolvimento da doença neste público.
Os dados ainda indicam que o diagnóstico de diabetes aumenta conforme o avanço da idade dos entrevistados, com 30,3% dos indivíduos com mais de 65 anos sendo diagnosticados com a doença. A pesquisa também aponta que a diabetes é mais frequente entre indivíduos com menor escolaridade.
No total, o Brasil soma 16,8 milhões de adultos com diabetes entre 20 e 79 anos, o que coloca o país como o quinto mais afetado do mundo, atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. A previsão, no entanto, é que o Brasil suba para a quarta posição. Do total de diabéticos do país, cerca de 90% são diagnosticados com o tipo 2 da doença. Além disso, a SBD estima que mais da metade desses pacientes desconhece seu quadro.
Este cenário foi destacado em função da celebração do Dia Mundial do Diabetes, que ocorre em 14 de novembro. A data tem o objetivo de promover a conscientização sobre a prevenção e o controle da doença, em um movimento conjunto que ultrapassa fronteiras nacionais.
O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Levimar Araújo, ressaltou a importância do diagnóstico precoce, destacando fatores de risco como cintura abdominal aumentada, histórico familiar e gestações anteriores. Para apoiar o diagnóstico, a associação disponibiliza uma calculadora virtual de risco de diabetes.
O diabetes é uma doença crônica que demanda cuidados constantes e tratamento adequado. O controle inadequado da glicemia pode resultar em uma série de complicações, incluindo problemas oculares, renais, neurológicos, cardiovasculares e no contexto de gravidez. Neste sentido, a Educação para Proteger o Futuro, tema da campanha deste ano, busca melhorar o acesso à informação sobre a doença.
Em relação ao tratamento, o endocrinologista Daniel Kendler ressalta a importância do acesso aos medicamentos e a outros insumos, que são essenciais para o cotidiano do paciente diabético. O Brasil se uniu à mobilização mundial por meio da campanha Novembro Diabetes Azul, realizando atividades como corridas, ações educativas sobre a doença e mutirões de medição de glicose.
A reportagem traz ainda o depoimento da técnica em hemoterapia do Hospital da Criança de Brasília José Alencar, Luanna Gomes, que passou pela experiência de diagnosticar o diabetes em seu próprio filho. O caso evidencia a importância de uma atenção precoce e do monitoramento constante da doença.
Em meio a esses desafios, é fundamental lembrar que o diabetes é uma condição que pode ser controlada, permitindo que os afetados tenham uma vida plena e saudável. Por isso, a promoção de campanhas de conscientização e o estímulo a pesquisa científica sobre o tema são essenciais para o enfrentamento dessa importante questão de saúde pública.