O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou em uma reunião com representantes das companhias aéreas que estas têm até 10 dias para apresentar um plano ao governo federal visando conter o aumento no custo das passagens aéreas. Segundo o ministro, alguns trechos têm sido alvo de “aumentos abusivos”, o que prejudica a população brasileira.
Costa Filho destacou que o aumento no preço das passagens é uma realidade mundial, citando o aumento registrado na Europa e nos Estados Unidos. No entanto, ele enfatizou que não se pode permitir que ocorram aumentos abusivos de preços, que têm impactado a população brasileira de forma negativa.
O ministro ressaltou a importância do diálogo com as companhias aéreas e a busca por alternativas para convencê-las a reduzir o preço das passagens. Ele mencionou casos em que os preços de passagens aéreas chegaram a triplicar, de R$ 1,5 mil para R$ 3,5 mil ou R$ 4 mil, e destacou que tais aumentos são injustificáveis. Costa Filho também lembrou que o preço do querosene da aviação registrou uma queda de aproximadamente 14% este ano.
Os números refletem esse cenário, com um aumento de 23,70% no preço das passagens aéreas em outubro, o que contribuiu para o maior impacto na inflação oficial do país no último mês. Esse aumento se soma a um crescimento de 13,47% nos preços das passagens aéreas no mês de setembro.
Apesar das cobranças em relação aos preços das passagens, o ministro ressaltou que o setor aéreo foi duramente afetado pela pandemia devido às medidas de isolamento social. Ele também mencionou que o mercado brasileiro representa mais de 70% da judicialização do segmento em todo o mundo, gerando impactos anuais de cerca de R$ 1 bilhão para as empresas de aviação.
Por sua vez, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) se manifestou, afirmando estar à disposição para discutir com o governo federal formas de estimular a criação de políticas públicas que contribuam para a ampliação do acesso ao transporte aéreo. A entidade também ressaltou que suas associadas aderiram ao Programa Voa Brasil e que compartilham com o Ministério de Portos e Aeroportos informações sobre o cenário do setor aéreo e a necessidade de enfrentar os custos das companhias aéreas.