Em um vídeo antigo que o mostrava em um leito de hospital, Zendiq foi retratado como um blogueiro que informava sobre os bombardeios israelenses em Gaza. Outras publicações afirmavam que o blogueiro havia fingido seus danos, criando uma narrativa que gerou comentários de ódio e fez seu pai temer pela vida do filho. A AFP revelou que as imagens foram manipuladas e o garoto amputado foi vítima de uma campanha de difamação nas redes sociais.
Esse tipo de manipulação tem sido recorrente durante o conflito, com ambas as partes tentando demonizar o outro e ganhar a empatia dos usuários da Internet. Desde o início da guerra, surgiu o termo “Pallywood” para descrever a prática de manipulação de imagens para aumentar o impacto emocional das notícias. Israelitas e palestinos têm se envolvido em uma espécie de guerra de desinformação, com cada lado tentando desacreditar o sofrimento do outro e espalhar narrativas falsas para incitar mais ataques e violência.
Essas manipulações têm como objetivo semear dúvidas sobre as mortes de civis em geral e reforçar o apoio para mais violência. Esse aspecto desumanizador tem sido preocupante, conforme apontou Alessandro Accorsi, analista do International Crisis Group. A disseminação de desinformação tem tornado as pessoas mais insensíveis e céticas em relação ao sofrimento alheio, comprometendo a busca por soluções pacíficas e a proteção dos direitos humanos.
Com mais de um mês de ataques, os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza resultaram em um número alarmante de mortos, incluindo milhares de civis. É imperativo que em meio a um cenário de desinformação e manipulação, busquemos fontes confiáveis e fomentemos o diálogo, a compreensão e o respeito mútuo como caminhos para a construção da paz e da justiça.