Mohamad Abu Salmiya, diretor do hospital al-Shifa, informou que foram obrigados a enterrar os corpos em uma vala comum devido à escassez na Faixa de Gaza causada pela guerra e ao cerco imposto por Israel. Além disso, relatou que uma mulher e um homem que estavam na UTI também morreram na terça-feira, totalizando sete bebês prematuros e 29 pessoas hospitalizadas na unidade para pacientes graves que faleceram desde a interrupção da eletricidade.
Um jornalista que colabora com a AFP e está no local afirmou que o cheiro dos corpos em decomposição é insuportável. Os combates e bombardeios continuaram durante toda a noite, embora tenham sido menos intensos do que nas noites anteriores.
Os tanques israelenses estão nesta terça-feira às portas do hospital de al-Shifa, que, segundo Israel, esconde uma posição de comando estratégica para o Hamas. Israel alega não ter como alvo os hospitais diretamente, porém reconheceu “confrontos” em torno da unidade e outras instalações, embora o Hamas e a administração do hospital tenham negado essa acusação.
A situação é considerada “além de horrível” pela diretora da ONG Assistência Médica aos Palestinos, Melanie Ward, que argumentou que o que está matando os bebês é a falta de combustível fornecido ao hospital, porque Israel está impedindo-o de obtê-lo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que mais de metade dos hospitais de Gaza estão agora “não funcionais”, e as Nações Unidas acreditam que milhares de pessoas podem estar dentro do al-Shifa e incapazes de escapar devido aos violentos combates nas proximidades.
O conflito eclodiu depois que, em 7 de outubro, comandos do movimento islamista palestino Hamas lançaram um ataque em Israel, desencadeando uma ofensiva que já causou mais de 11.200 mortes em Gaza, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. O número pode ser ainda maior devido às dificuldades de contar os corpos diante dos disparos do Exército israelense contra ambulâncias e funcionários de saúde.
