Ministra do Planejamento afirma que revisão da meta de déficit primário zero para 2024 não está em discussão.

Ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirma que revisão da meta de déficit primário zero para 2024 não está em discussão

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira que uma eventual revisão da meta de déficit primário zero para 2024 não está em discussão na equipe econômica. Segundo ela, cabe ao relator do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), abordar o tema “no momento certo”.

Tebet foi questionada sobre duas emendas apresentadas pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) ao projeto da LDO de 2024, uma delas alterando a meta para déficit de 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB), e a outra mudando a meta para déficit de 1%.

“Cada parlamentar tem o direito. Não só de colocar uma meta de -1%, -0,75%, como de colocar uma meta de superávit 0,25%. O relator [deputado Danilo Forte] provavelmente vai nos ouvir, saber de dados, de informações da equipe técnica. Ele tem conversado conosco, perguntando, vindo atrás de informações e números técnicos para embasar seu relatório. No momento certo, ele vai ponderar se vai mexer na meta ou não”, declarou Tebet.

Até sexta-feira, os parlamentares poderão apresentar emendas à LDO, cujo relatório preliminar foi aprovado com meta de déficit primário zero no último dia 7. Segundo Tebet, a mudança da meta não foi sequer discutida dentro da equipe econômica.

O encontro entre Tebet e a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, teve como objetivo discutir as estimativas de receita para o próximo Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento e será apresentado no próximo dia 22. A ministra Tebet não adiantou detalhes sobre a necessidade de um novo contingenciamento (bloqueio temporário de verbas) no próximo relatório. Apenas disse que o governo busca aprovar cinco medidas antes do fim do ano para elevar as receitas.

As cinco medidas citadas por ela são reforma tributária, taxação dos fundos exclusivos e das offshores (empresas de investimentos no exterior), mudanças ou fim dos juros sobre capital próprio (JCP), restrição das subvenções (ajudas financeiras) de ICMS e regulação das apostas esportivas. Exceto a reforma tributária, que só terá impacto no médio prazo, as demais medidas terão consequências em 2024, com possibilidade de alguma elevação da receita em 2023.

Tebet também se disse confiante de que o Supremo Tribunal Federal (STF) tome uma decisão, antes do fim do ano, sobre a proposta do governo para quitar o passivo dos precatórios (dívidas do governo com sentença judicial definitiva). A Emenda Constitucional dos Precatórios, promulgada no fim de 2021, permitiu o parcelamento de dívidas de grande valor. O passivo está acumulado em R$ 95 bilhões, mas pode chegar a R$ 250 bilhões até 2027.

Esther Dweck explicou a possibilidade de o Tesouro Nacional assumir o prejuízo das estatais neste ano, devido à privatização de quase todo o grupo Eletrobras, no ano passado, que retirou uma estatal lucrativa das metas fiscais. A ministra ressaltou que a compensação pela União de prejuízos de estatais não ocorre desde 2015.

Em setembro, o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas projetou prejuízo de R$ 5,6 bilhões para as estatais em 2023, acima da meta de prejuízo de R$ 3 bilhões. Caso o resultado negativo fique maior que a meta, caberá ao Tesouro compensar a diferença, contingenciando recursos.

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