Durante sua exposição, Fries fez uma mea-culpa sobre a agência não ter feito no mesmo dia um artigo em francês sobre uma projeção organizada pelo Exército israelense, das imagens dos massacres perpetrados em 7 de outubro pelo Hamas. Ele enfatizou que, apesar das críticas recebidas, o debate sobre a cobertura do conflito é legítimo.
O presidente da AFP refutou veementemente as acusações de parcialidade e afirmou que a agência não utiliza o termo “terrorista” para se referir a nenhuma pessoa ou organização, a menos que seja uma declaração textual dada à AFP. Ele destacou que essa norma está em vigor há mais de 20 anos em relação a todos os movimentos sem exceção.
Além disso, Fries defendeu a história e a integridade da AFP, ressaltando que a agência nasceu em agosto de 1944 com a Libertação de Paris após a ocupação nazista, graças à ação de alguns combatentes da Resistência, à qual se somaram os sobreviventes da Shoah, termo hebraico para o Holocausto.
A cobertura do conflito também gerou um debate interno dentro da AFP, uma das três agências de notícias com alcance global. Os jornalistas acreditam que determinadas decisões editoriais poderiam dar lugar a contestações de parcialidade.
Fries aproveitou a oportunidade para rebater as acusações feitas por um representante eleito da República, o deputado Meyer Habib, do partido conservador Os Republicanos, que afirmou que “às vezes” poderia se encontrar “antissemitismo” na AFP, e defendeu a política editorial da agência em relação ao conflito entre Israel e Hamas.
Diante da Comissão de Cultura, Comunicação e Educação do Senado, Fries encerrou sua apresentação reiterando o compromisso da AFP com a imparcialidade e a integridade jornalística, destacando a importância de garantir uma cobertura equilibrada e responsável dos acontecimentos internacionais. Defendeu a liberdade de imprensa e o direito do público de ter acesso a informações precisas e equilibradas sobre eventos globais de grande relevância.