União Europeia não poderá observar processo eleitoral na Venezuela enquanto mantiver avaliações contra o Estado e seus funcionários

Nesta terça-feira (14), o chefe da delegação do governo venezuelano no diálogo, Jorge Rodríguez, afirmou que a União Europeia (UE) não poderá observar o processo eleitoral na Venezuela enquanto mantiver avaliações contra o Estado e seus funcionários. Segundo Rodríguez, a presença de observadores internacionais, incluindo a UE, em futuras eleições presidenciais está condicionada à retirada das sanções.

A decisão da UE de renovar as avaliações à Venezuela por mais seis meses, ao invés de um ano, foi anunciada na segunda-feira. O bloco considerou como um “passo positivo” o desenvolvimento do diálogo entre o governo e a oposição, bem como os acordos alcançados em outubro em Barbados. Durante essa sessão, foi acordado que as eleições presidenciais ocorreriam no segundo semestre de 2024, com a presença de observadores internacionais.

Por outro lado, o governo do presidente Nicolás Maduro rejeitou a renovação das sanções e as classificou como “ilícitas”. A chancelaria venezuelana afirmou que a decisão do bloco europeu o “inabilita de participar nos processos políticos venezuelanos”. Vale ressaltar que as sanções da UE contra a Venezuela foram impostas em 2017 devido à “deterioração da democracia, do Estado de direito e dos direitos humanos”.

A UE também indicou que está disposta a considerar a flexibilização ou revogação das medidas restritivas, com base na evolução da situação e na aplicação do acordo político. No entanto, o governo venezuelano tem criticado a atuação do bloco, acusando-o de interferência, especialmente após uma comissão observar as eleições regionais de 2021 e denunciar irregularidades no processo.

Diante desse impasse, altos dirigentes dentro do chavismo, como Diosdado Cabello, afirmaram que a UE não poderia mais observar eventos eleitorais. A questão das sanções e da presença de observadores internacionais continuará sendo um ponto de tensão entre a Venezuela e a União Europeia nos próximos meses. O desenrolar dessa situação será fundamental para a estabilidade política e a legitimidade dos processos eleitorais no país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo