A decisão da UE de renovar as avaliações à Venezuela por mais seis meses, ao invés de um ano, foi anunciada na segunda-feira. O bloco considerou como um “passo positivo” o desenvolvimento do diálogo entre o governo e a oposição, bem como os acordos alcançados em outubro em Barbados. Durante essa sessão, foi acordado que as eleições presidenciais ocorreriam no segundo semestre de 2024, com a presença de observadores internacionais.
Por outro lado, o governo do presidente Nicolás Maduro rejeitou a renovação das sanções e as classificou como “ilícitas”. A chancelaria venezuelana afirmou que a decisão do bloco europeu o “inabilita de participar nos processos políticos venezuelanos”. Vale ressaltar que as sanções da UE contra a Venezuela foram impostas em 2017 devido à “deterioração da democracia, do Estado de direito e dos direitos humanos”.
A UE também indicou que está disposta a considerar a flexibilização ou revogação das medidas restritivas, com base na evolução da situação e na aplicação do acordo político. No entanto, o governo venezuelano tem criticado a atuação do bloco, acusando-o de interferência, especialmente após uma comissão observar as eleições regionais de 2021 e denunciar irregularidades no processo.
Diante desse impasse, altos dirigentes dentro do chavismo, como Diosdado Cabello, afirmaram que a UE não poderia mais observar eventos eleitorais. A questão das sanções e da presença de observadores internacionais continuará sendo um ponto de tensão entre a Venezuela e a União Europeia nos próximos meses. O desenrolar dessa situação será fundamental para a estabilidade política e a legitimidade dos processos eleitorais no país.