O restabelecimento das relações ocorre após a recente eleição, em agosto, de Santiago Peña como presidente do Paraguai. As partes se comprometeram a reiniciar as relações bilaterais respeitando os princípios fundamentais da igualdade de direitos, da autodeterminação dos povos, da não ingerência nos assuntos internos de outros Estados e da solidariedade.
A decisão de reatar as relações se dá após o Paraguai romper com a Venezuela em janeiro de 2019, ao rejeitar a reeleição do presidente Nicolás Maduro. Na ocasião, a maioria dos países latino-americanos, assim como Estados Unidos e União Europeia, não reconheceu a validade das eleições. O Paraguai fechou sua embaixada em Caracas em decorrência da medida.
Além disso, Abdo Benítez, então presidente, deu seu apoio e reconhecimento ao oposicionista Juan Guaidó, que se autoproclamou “presidente interino” com o apoio do Parlamento, dominado pela oposição. No entanto, quatro anos depois, e após a estratégia da oposição fracassar, a figura de “presidente interino” assumida por Guaidó desapareceu por acordo do mesmo grupo que o apoiou.
Agora, com o relançamento das relações entre os dois países, Maduro e Peña demonstram interesse em promover a boa convivência para permitir “consolidar as boas relações entre os Estados e preservar a amizade natural e a solidariedade entre os nossos povos”.
A acreditação dos embaixadores dos dois países ocorrerá nos próximos dias, conforme anunciado no comunicado. Com isso, Venezuela e Paraguai tentam colocar um ponto final em quatro anos de distanciamento diplomático, abrindo caminho para uma nova fase de cooperação e diálogo entre as nações.
