De acordo com um relatório de 56 páginas divulgado nesta quinta-feira, os investigadores da Câmara encontraram evidências de que Santos usou fundos de campanha para fins pessoais, fraudou doadores e apresentou relatórios falsos ou incompletos de financiamento de campanha e de divulgação financeira.
A comissão votou unanimemente para encaminhar suas descobertas ao Departamento de Justiça, afirmando que a conduta de Santos “merece condenação pública, está abaixo da dignidade do cargo e trouxe grande descrédito à Câmara”. Mesmo sem recomendar medidas punitivas, já havia indicações de que o relatório poderia ser o catalisador de um terceiro esforço para remover Santos do cargo. Vários membros da Câmara já disseram anteriormente que apoiariam sua expulsão se o comitê encontrasse um delito criminal ou uma grave violação da ética.
Com a constatação das irregularidades, Santos, de 35 anos, um republicano filho de brasileiros que representa partes de Long Island e do Queens, decidiu não buscar a reeleição em 2024. Apesar disso, o deputado, que já enfrenta uma acusação federal de 23 itens que inclui acusações de que ele roubou de seus doadores e falsificou registros de campanha eleitoral, ainda se declara inocente.
O relatório apresentou evidências de que Santos, além de usar fundos de campanha para fins pessoais, apresentava despesas consideradas inadequadas para o contexto de financiamento da campanha. Algumas dessas despesas incluíam estadias em hotéis em Las Vegas que correspondiam ao período em que ele deveria estar em sua lua de mel, gastos em spas e até pagamentos para aplicação de botox.
Embora o relatório não tenha conseguido comprovar as alegações de assédio sexual, o documento destacou que Santos explorou “fraudulentamente todos os aspectos de sua candidatura à Câmara para seu próprio lucro financeiro pessoal” e transferiu pelo menos US $ 200 mil para si mesmo da RedStone Strategies, distribuídos em várias transações em 2022, segundo suas próprias finanças.
No início deste mês, um bloco de republicanos em primeiro mandato, representando distritos moderados no estado natal de Santos, Nova York, forçou uma votação sobre sua expulsão do Congresso. Esse esforço, no entanto, foi contundentemente rejeitado, mas críticos já planejam uma moção para expulsar Santos da Câmara.
