Quase metade das moradias brasileiras apresentam algum tipo de privação no saneamento, aponta pesquisa do Instituto Trata Brasil.

Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira revelou que quase metade das moradias brasileiras enfrentam algum tipo de privação no saneamento. Segundo o levantamento, do total de 74 milhões de moradias, 8,9 milhões não possuem acesso à rede geral de água, 16,8 milhões contam com uma frequência insuficiente de recebimento, 10,8 milhões não possuem reservatório de água, 1,3 milhão não possuem banheiro e 22,8 milhões não contam com coleta de esgoto.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Trata Brasil e se baseou em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada Anual (PNADCA) de 2022, produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo mostrou que 53,8% dos domicílios brasileiros não têm nenhuma privação, enquanto 25,2% têm uma, 9,9% têm duas, 9,3% têm três, 1,4% têm quatro e 0,4% têm cinco privações.

De acordo com o estudo, a falta de acesso à água tratada e a exposição ao esgoto têm impactos significativos na saúde das pessoas, especialmente crianças, jovens e adultos. Além disso, a pesquisa mostrou que a população mais afetada pela falta de saneamento está nos estados do Pará, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Os números revelam que, apesar de ser um problema generalizado, os impactos do saneamento precário não afetam a população de forma homogênea. Grupos étnicos minoritários, como os indígenas, são os mais atingidos pela falta de saneamento. No entanto, os dados também apontam que a falta de acesso a serviços básicos como água potável e coleta de esgoto afeta pessoas de todas as raças e etnias.

A pesquisa ressalta que a ausência de coleta e tratamento de esgoto é responsável por infecções gastrointestinais e que os problemas mais graves surgem em locais onde há esgoto a céu aberto, contaminando rios, córregos e ruas. A falta de saneamento básico é um desafio para a saúde pública e exige políticas e investimentos para garantir o acesso universal a serviços de água e esgoto.

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