Segundo o gastroenterologista Rodrigo Rodrigues, membro da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, a inflamação resultante danifica a mucosa do intestino delgado, levando à atrofia das vilosidades intestinais e diminuindo a absorção de nutrientes. Embora a condição geralmente não seja grave, em alguns casos, a falta de nutrientes, vitaminas e minerais no corpo pode levar à anemia e outras deficiências.
Aproximadamente 1 milhão de brasileiros foram diagnosticados com intolerância ao glúten, de acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil. No entanto, a doença é mais comum em bebês e crianças, embora também possa ocorrer em adultos de ambos os sexos. Estudos sugerem que a condição é principalmente genética.
Os sintomas de intolerância ao glúten incluem desconforto abdominal, tontura, alterações de humor, enxaqueca crônica, coceira na pele, dor muscular e intolerância à lactose. Quando o corpo carece dos nutrientes e minerais obtidos do glúten, sintomas mais graves, como osteoporose, cansaço, falta de ar, anemia, queda de cabelo, perda de peso e desnutrição, podem se manifestar.
É importante observar que há uma diferença entre a intolerância ao glúten e a doença celíaca. Pessoas com sensibilidade à proteína geralmente são intolerantes a um determinado alimento contendo glúten, como o trigo. Portanto, apesar de sentirem desconforto abdominal, elas não apresentam alterações orgânicas dissabsortivas.
O diagnóstico da doença celíaca é feito por meio de análise clínica com um médico gastroenterologista, incluindo exames de sangue para medir a quantidade de anticorpos na corrente sanguínea ou biópsia do intestino delgado. Atualmente, não há cura ou medicamento para eliminar os sintomas da doença. O tratamento envolve a adoção de uma dieta sem glúten e acompanhamento nutricional.
A contaminação cruzada também deve ser evitada, pois partículas ou fragmentos de glúten podem desencadear sintomas mesmo em pequenas quantidades. Por ser uma condição predominantemente genética, não há prevenção, mas os pacientes devem seguir um tratamento rigoroso para manter uma boa qualidade de vida.
Em resumo, a doença celíaca é uma condição que requer atenção e cuidados específicos. Com o acompanhamento médico adequado e a adoção de uma dieta sem glúten, os pacientes podem minimizar os sintomas e viver de forma saudável e confortável.
