Intolerância religiosa atinge Paulinho, jogador do Atlético-MG, após estreia na seleção brasileira de futebol

O atacante Paulinho, do clube Atlético-MG, enfrentou situações de intolerância religiosa nas redes sociais após sua estreia na seleção brasileira de futebol. Com mensagens ofensivas que atacavam sua religião, o candomblé, o jogador foi alvo de comentários preconceituosos, sendo chamado de “macumbeiro” em postagens recentes.

A situação se intensificou na quinta-feira (16), quando o Brasil foi derrotado pela Colômbia por 2 a 1 em um confronto válido pela 5ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. Em meio a essa derrota nos gramados, Paulinho se viu enfrentando o ódio virtual por conta de sua fé.

A resposta não se fez esperar, e o jogador recebeu uma onda de apoio e solidariedade. O clube mineiro, onde o atleta atua, emitiu uma nota repudiando os ataques e oferecendo suporte a Paulinho em meio a essa situação. Outros indivíduos e entidades também demonstraram solidariedade, como o deputado federal Pastor Henrique Vieira (Psol- RJ) e a escola de samba Mocidade, que repudiaram a intolerância religiosa dirigida ao jogador.

A crescente onda de intolerância religiosa não passou despercebida no âmbito político, levando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a sancionar a Lei 14.532/23 no início do ano. Esta lei equipara a injúria racial ao crime de racismo e endurece a pena para aqueles que obstruem ou empregam violência contra manifestações e práticas religiosas.

Os números que cercam a intolerância religiosa revelam uma realidade preocupante. De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, nos últimos dois anos, os atos de intolerância religiosa cresceram 45%. As religiões de matriz africana, como o candomblé, estão entre as mais afetadas, sofrendo constantes ofensas e discriminação.

É fundamental que a sociedade, as instituições e as autoridades trabalhem em conjunto para combater esse tipo de preconceito e garantir que todos tenham o direito fundamental de praticar sua religião sem sofrer violência ou discriminação. A mensagem de apoio a Paulinho e a condenação à intolerância religiosa ecoam como um chamado para a reflexão e ação, visando construir um ambiente mais justo e respeitoso para todos.

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