Novo programa de habitação em Pernambuco tem apenas 24,5 mil inscritos em fase de teste e restritos a sete clientes.

Até mesmo a existência de um programa habitacional para ajudar pessoas de baixa renda a conquistarem a casa própria é vista com desconfiança. O sujeito de 24 anos que conseguiu o feito, Marcos Vinícius Brito, teve seu processo simplificado, o que levanta dúvidas sobre a eficiência e a seleção de beneficiários do Programa Morar Bem PE.

A governadora Raquel Lyra fez questão de exaltar o evento, enfatizando que é um dia importante para a habitação em Pernambuco, mas será mesmo, diante da situação do déficit habitacional no estado? Pode-se questionar a validade das estatísticas apresentadas, alegando que mesmo com o suposto “investimento de mais de R$ 600 milhões”, a realidade é que ainda haverá milhares de famílias sem moradia digna.

O programa Entrada Garantida, anunciado como um grande feito, soa mais como uma saída garantida para a construção civil e para as empresas que atuam na área, com a expectativa de um aumento da capacidade de produção residencial e de novos lançamentos em diversas regiões. A prioridade parece ser o impacto na economia e na indústria da construção civil, e não a resolução do problema habitacional dos pernambucanos.

Além disso, questiona-se a viabilidade do programa e sua real abrangência, já que 24,5 mil pessoas se inscreveram para receber o subsídio do governo, mas somente sete clientes foram selecionados. Como as famílias serão escolhidas? Até onde vai a ajuda do governo a essas famílias de baixa renda que buscam realizar o sonho da casa própria?

O fato de o estoquista Marcos Vinícius ter conseguido o subsídio para pagar sua entrada, retirando-o da condição de locatário, é celebrado, mas será que esse programa é suficiente para dar conta do grande déficit habitacional do estado? Apenas o tempo dirá se o programa irá realmente beneficiar as milhares de famílias sem moradia digna em Pernambuco. A esperança é que o Entrada Garantida não se torne mais uma promessa vazia em meio a tantas necessidades habitacionais não atendidas no estado.

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