Os desafios da esquizofrenia: preconceito e tabus enfrentados por quem vive com a doença mental crônica

A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica que tem sido cercada de muitos tabus e preconceito por parte da sociedade. Ela é caracterizada pela dissociação entre o que é real e o que é imaginário por parte do indivíduo afetado. Geralmente, são relatadas alucinações, que constituem alterações da percepção como “ouvir vozes”, ter visões e sensações de perseguição não compartilhadas por outras pessoas, mas que para o paciente parecem reais. O distúrbio afeta a capacidade de pensar e agir sem uma motivação aparente, o que acaba gerando reclusão social.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a esquizofrenia é a terceira causa de perda da qualidade de vida entre os 15 e 44 anos. No Brasil, a doença afeta cerca de 1,6 milhão de pessoas, segundo a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), do Ministério da Saúde. A disfunção mental geralmente se manifesta na adolescência ou início da idade adulta, entre 20 e 30 anos de idade, e pode se agravar ao longo dos anos.

Atualmente, os esquizofrênicos têm garantidos, por lei, diversos direitos, como assistência social, psicológica e reabilitação oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes também têm acesso gratuito a remédios antipsicóticos, que são os mais eficazes no controle da doença.

A esquizofrenia se manifesta por meio de sintomas como alucinações visuais e auditivas, ilusões, comportamento antissocial, perda de motivação e alteração de memória. É uma doença muito anárquica, em que o paciente chama atenção pela desorganização do pensamento.

Há três tipos centrais de esquizofrenia: paranoide, catatônica e hebefrênica. No entanto, na maioria dos casos, não é possível definir com exatidão qual é o padrão do paciente. O importante é fazer o diagnóstico, a fim de ajudar o indivíduo que sofre com a doença mental que é crônica e, em alguns casos, incapacitante.

A esquizofrenia é uma doença muito complexa, cuja origem não é clara. Diversas situações que acontecem na vida, principalmente na primeira infância, podem estar ligadas ao desenvolvimento da doença. Traumas de abandono e reclusão social também podem desencadear a doença, bem como fatores cerebrais e ambientais. Apesar de haver indícios de que o distúrbio possa ser adquirido de forma hereditária, a questão genética não é determinante.

O diagnóstico da esquizofrenia é eminentemente clínico, e o tratamento alia acompanhamento psicológico a medicamentos antipsicóticos ou neurolépticos. O SUS oferece tratamento para a esquizofrenia através dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). No local, as pessoas são acolhidas, sejam elas encaminhadas por outros serviços ou por meio de demanda espontânea. Segundo o Ministério da Saúde, em 2020, o Brasil realizou mais de 175 milhões de atendimentos para pessoas com o diagnóstico.

Com um tratamento adequado, os pacientes podem ter uma vida mais estável e integrada à sociedade. A esquizofrenia, embora seja uma doença crônica, pode ser tratada de forma a proporcionar qualidade de vida aos afetados.

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