Poder Executivo não recomendará mudança na meta de déficit zero prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias, informa senador Randolfe Rodrigues.

O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), revelou que o Poder Executivo não recomendará mudanças na meta de déficit zero estabelecida no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias — LDO (PLN 4/2023). Segundo o parlamentar, a responsabilidade de atingir o resultado primário zero não é exclusiva do Executivo, mas de todos os Poderes da República. Ele também enfatizou que o governo não encaminhará qualquer proposta de modificação do déficit primário e continua apontando para a meta de déficit zero.

Contudo, a tentativa de alteração na meta proposta pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), por meio de duas emendas à LDO, mostrou que existe um embate em relação a esse assunto. Uma das emendas prevê um déficit equivalente a 0,75% do PIB, enquanto a segunda admite um saldo negativo de 1% do PIB nas contas públicas. Lindbergh Farias justificou suas propostas afirmando que a meta de déficit zero levaria o governo a iniciar 2024 com um contingenciamento de até R$ 53 bilhões, o que seria prejudicial.

A possibilidade de modificar a meta divide opiniões no Senado, com o líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA), sendo contra qualquer mudança por meio de emendas à LDO. Já o senador Humberto Costa (PT-PE) acredita que a meta “pode sofrer mudança a qualquer tempo”, desde que seja apresentada pelo Poder Executivo.

Em entrevista em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que seria “difícil” para o governo zerar o déficit primário em 2024. Ele ressaltou que o país não necessita dessa meta e que não estabeleceria uma que obrigasse o governo a iniciar o ano fazendo cortes em obras prioritárias.

A elaboração e a execução do Orçamento de 2024, de acordo com o PLN 4/2023, devem ser compatíveis com a meta de resultado primário de R$ 0,00 (zero real), admitindo um “intervalo de tolerância” equivalente a 0,25 ponto percentual do PIB para baixo ou para cima. A meta seria considerada descumprida se o resultado primário nominal ficasse abaixo de R$ 28,7 bilhões.

A discussão em torno da meta do déficit zero na LDO ainda está em andamento, com diferentes opiniões sendo expressas por parte dos parlamentares. O embate mostra a complexidade do tema e a necessidade de um consenso entre os Poderes para garantir a estabilidade financeira do país.

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